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Quase 50 homicídios são registrados na Guiana Francesa em 2022

As autoridades francesas têm consciência do alcance da ameaça. Em setembro, o governo anunciou o envio de reforços especializados - policiais e magistrados -, após uma série de homicídios que ocorreram durante o verão.

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Em 2022, quase 50 homicídios foram registrados na Guiana Francesa. Segundo fontes oficiais, boa parte é atribuída a estas facções criminosas e algumas são execuções. A advogada Saphia Benhamida, que trabalha em Caiena, também menciona “acertos de contas em plena luz do dia”.

As autoridades francesas têm consciência do alcance da ameaça. Em setembro, o governo anunciou o envio de reforços especializados – policiais e magistrados -, após uma série de homicídios que ocorreram durante o verão.

No começo de fevereiro, ao final de mais de um ano de investigações, uma ampla operação que mobilizou 200 agentes resultou na detenção de 14 pessoas envolvidas em uma organização criminosa franco-brasileira, suspeita de ter planejado assaltos à mão armada.

As muitas inscrições “FTA” em tinta amarela em paredes e veículos, vistas nos locais onde vários deles foram detidos, na ilha de Caiena, não deixaram dúvidas sobre sua filiação.

“Os países são muito próximos. Eles vem aqui, fazem esse transporte clandestino. Com essas voadeiras daqui para lá, um dia o cara está aqui outro dia ele está lá”, observa o delegado Bruno Almeida.

“No Brasil, eles também são procurados e esta é uma das razões pelas quais cruzam voluntariamente a fronteira de tempos em tempos para se esconder da polícia. Mas não por muito tempo. Eles aproveitam as oportunidades daqui”, analisa uma fonte judicial.

Aqueles que são presos e condenados na Guiana ficam no presídio de Rémire-Montjoly, no subúrbio de Caiena.

Recrutamento nas prisões

“Há 50% de estrangeiros no Rémire, a metade deles brasileiros”, observa o procurador-geral Sollier. “Existe um risco real de proliferação na prisão, pois estas organizações são muito estruturadas, permanentemente em recrutamento”, alerta uma fonte próxima das investigações.

Segundo uma advogada de Caiena, um indício de sua presença é que uma cela solitária foi denominada “Macapá”, a capital do estado do Amapá de onde são originários os membros da FTA. Consultado pela AFP, o Ministério das Relações Exteriores da Guiana admitiu que “o problema das quadrilhas” e de suas lideranças é “uma questão maior de segurança no presídio de Rémire-Montjoly”.

Mesmo atrás das grades dos presídios de segurança máxima no Brasil, eles continuam gerenciando seus negócios. “O grande problema é que mesmo dentro das prisões esses caras conseguem comandar as facções, mesmo nos presídios de segurança máxima. Tem advogado corrupto, agente penal corrupto que entra com celular, pessoal que joga o celular por cima dos muros para poder continuar se comunicando, parente que leva e traz informações para quem está fora e quem está dentro. É muito difícil controlar isso”, enumera o delegado Bruno Almeida.

Atualmente, não há nenhum acordo que permita aos brasileiros presos em Rémire-Montjoly cumprir pena no Brasil. “Se algum deles não quiser voltar ao Brasil, não podemos obrigá-lo. E nenhum deles quer cumprir pena lá, onde sua única punição é a morte. Aqui, a prisão é como um jogo”, ironiza uma fonte próxima das investigações.

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