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Qual seria o papel do Brasil se estourar a guerra entre Guiana e Venezuela

A fronteira é predominantemente composta por floresta densa, dificultando o deslocamento de tropas e veículos blindados

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BRASÍLIA – O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (5/12) uma proposta que intensifica as tensões na disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo. Após um referendo no qual os venezuelanos votaram a favor da reivindicação da área, Maduro propôs a criação de um Estado na região disputada e instruiu o início imediato do debate na Assembleia Nacional para aprovação da lei orgânica que oficialize a “Guiana Essequiba” como um Estado venezuelano.

Além disso, Maduro orientou a empresa estatal de petróleo PDVSA a criar a divisão PDVSA-Essequibo e conceder licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e minerais na área reivindicada, que está sob controle da Guiana.

A Guiana, por sua vez, rejeitou as alegações venezuelanas e afirmou que a região de Essequibo é parte integrante do seu território. A tensão na região aumentou significativamente, e na semana passada, o Brasil reforçou sua presença militar na fronteira norte do país em resposta às crescentes hostilidades.

O território de Essequibo, também conhecido como Guiana Essequiba, abrange 159 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo, no norte da América do Sul. A área é estrategicamente importante devido aos seus vastos recursos naturais e florestais.

A BBC News Brasil consultou especialistas militares para entender o possível papel do Brasil em um eventual conflito pela disputa de Essequibo. Analistas apontam que, dadas as características geográficas da fronteira entre Venezuela e Guiana, uma incursão venezuelana na região seria desafiadora sem o uso de vias terrestres adequadas.

A fronteira é predominantemente composta por floresta densa, dificultando o deslocamento de tropas e veículos blindados. Os especialistas destacam que uma ação mais ampla exigiria a passagem pelo território brasileiro, onde há rodovias que permitiriam uma locomoção mais eficaz.

O caminho descrito pelos analistas aponta para áreas sensíveis na fronteira entre Roraima e Essequibo, com destaque para os municípios de Bonfim e Normandia, bem como a cidade de Pacaraima, na divisa entre Venezuela e Brasil. Embora uma incursão pareça improvável no momento, a situação eleva a preocupação regional diante das complexidades geopolíticas em jogo.

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