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Como a doença de uma menina conseguiu mudar o que um país come

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Eveline contraiu superbactéria de porcos da fazenda de seu pai, que, junto com colegas, decidiu reduzir drasticamente uso de antibióticos em criações e inspirou tendência nacional.

Fazendeiros ao redor do mundo estão dando antibióticos para animais em grande escala para mantê-los saudáveis e reduzir o preço de carnes, mas isso ajudou a criar uma grave crise de saúde pública.

Uso excessivo desses medicamentos na criação de animais como porcos e galinhas permite que bactérias desenvolvam resistência. Há três anos, por exemplo, foi descoberto que bactérias em porcos na China já resistiam ao potente antibiótico colistina.

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Mas em país decidiu mudar drasticamente e ir contra essa tendência – tudo por causa de uma menina chamada Eveline.

Em 2003, a filha do fazendeiro holandês Eric van den Heuval, então com 1 ano de idade, foi levada ao hospital às pressas para uma cirurgia cardíaca.

Ela havia nascido com um problema congênito. Se não fosse operada, poderia morrer.

“Fomos ao hospital, mas o médico disse: ‘O teste dela foi positivo para (a bactéria) MRSA (também conhecida pela sigla SARM, para Staphylococcus aureus resistente à meticilina). Ela não pode ser operada'”, relata Eric.

Para surpresa de Eric, Eveline havia contraído uma superbactéria dos porcos de sua fazenda.

A resistência a bactérias é um problema que preocupa especialistas em saúde pública do mundo inteiro.

Estima-se que, em 2050, infecções causadas por esses micro-organismos matarão 10 milhões de pessoa por ano.

“Aquele momento mudou totalmente a vida da minha família”, conta Eric.

Por causa de Eveline, Eric decidiu mudar a forma como cuidava da fazenda.

A história de sua filha levou outros fazendeiros a mudar suas práticas também.

“Quando você ouve sobre Eric e sua filha e como isso tudo está nos matando, você é compelido a fazer algo a respeito”, diz o fazendeiro Gebert Oosterlaken, que também cria porcos.

Ele e Eric formaram um grupo para reunir outros fazendeiros e veterinários para debater o problema e buscar soluções.

Eles passaram a cuidar dos porcos sem antibióticos, usando bactérias probióticas para combater micro-organismos prejudiciais à saúde dos animais e mantendo-os separados em zonas higienizadas para impedir a proliferação de doenças.

“Hoje, você percebe pela aparência deles, seu brilho, seus olhos, que eles estão mais saudáveis. Assim, eles morrem menos, minha produtividade aumenta e é mais fácil criá-los”, diz Gebert.

O governo holandês agora divulga as técnicas desenvolvidas por Eric, Gebert e seus colegas, e diz que o uso de antibióticos em animais caiu 65%.

“É claro que sentimos orgulho do que atingimos dentro de nosso pequeno grupo, mas, na realidade, conseguimos criar um movimento que mudou a criação de animais na Holanda”, afirma Gebert.

O especialista em antibióticos Jaap Wagenaar diz que Gebert e Eric foram muito importantes nessa mudança por terem sido os primeiros a adotar formas de reduzir o uso desses medicamentos nas suas fazendas.

“Eles atuam como embaixadores. Mostram aos seus colegas quais opções eles têm.”

E como está a filha e Eric hoje?

“Hoje, ela tem 16 anos”, diz Eric ao lado de Eveline em sua fazenda. “É muito saudável – e está livre da superbactéria.”

Fonte: G1

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