Giorgio Napolitano, de 89 anos, havia sido reeleito em 2013.Veterano militante antifascista desejava se afastar para uma vida tranquila.
O presidente italiano, Giorgio Napolitano, renunciou nesta quarta-feira (14) ao cargo. Napolitano, de 89 anos, anunciou no mês passado que se retiraria antes da expiração de seu mandato, em 2020.
A renúncia abre um delicado processo político para a nomeação de um novo chefe de Estado. Rumores sobre a renúncia do presidente já circulavam desde o fim de 2014. Ele aceitou relutantemente um segundo mandato em 2013, em um momento de crise política no país.
Parlamentares e autoridades regionais vão realizar em 29 de janeiro uma primeira rodada da votação para escolher o novo presidente da Itália no lugar de Napolitano, disse o parlamentar Alessio Villarosa, do Movimento 5 Estrelas.
Villarosa, que fez o anúncio após reunião parlamentar para fechar a data, disse que a votação começará às 15h (12h no horário de Brasília). Podem ser necessárias várias rodadas e o processo pode levar dias ou até semanas.
Não há claros favoritos até o momento entre os possíveis candidatos, que vão desde o ex-primeiro Romano Prodi e o atual ministro da Economia, Pier Carlo Padoan, ao juiz da corte constitucional Sergio Mattarella.
Mandato acordado
Este ex-comunista foi reeleito em 2013 por falta de um acordo no Parlamento sobre um novo candidato.
O veterano militante antifascista, amigo do poeta chileno Pablo Neruda quando se exilou na ilha de Capri e em Nápoles, desejava se afastar para uma vida tranquila.
Depois da eleição, ele trouxe alguma estabilidade política para a Itália ao indicar Enrico Letta, do Partido Democrático, de centro-esquerda, para formar um governo de ampla coalizão. Mas Letta renunciou em fevereiro, depois de perder batalha pela liderança de seu partido para o atual premiê, Matteo Renzi.
Renzi, de 40 anos, disse que deseja fechar um acordo rapidamente tanto com seu partido como com a oposição para escolher um sucessor. Mas a votação parlamentar secreta é imprevisível, e alguns analistas dizem que Renzi pode pressionar por uma nova eleição geral se não houver apoio amplo em torno de um nome para o próximo chefe de Estado.
Napolitano confidenciou a amigos que sofre de uma série de problemas relacionados à idade que tornam difícil para ele continuar no cargo, segundo o jornal “Corriere della Sera”.
Já o “La Repubblica” citou Emanuele Macaluso, um político aposentado e amigo próximo de Napolitano, para dizer que a decisão de renunciar “já está definida” e que o país não pode pedir para Napolitano “fazer mais sacrifícios”.
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Fonte: G1