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Petrobras vai perfurar na Foz do Amazonas, de olho no sucesso da Guiana e do Suriname

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A estatal brasileira de petróleo Petrobras planeja perfurar dois poços na sensível Bacia da Foz do Amazonas em uma tentativa de replicar as maciças descobertas offshore feitas nas vizinhas Guiana e Suriname, mas ainda precisa obter licenças de órgãos reguladores ambientais.

“Estamos aguardando licenças para explorar a última fronteira de exploração no Brasil em que poderíamos encontrar volumes semelhantes aos que temos em nosso pré-sal”, disse Fernando Borges, diretor de exploração e produção da Petrobras, durante teleconferência no dia 5 de agosto.

Os poços da margem equatorial são parte de uma campanha de perfuração de 20 poços focada em explorar novos reservatórios para estimular ainda mais a curva de crescimento da Petrobras, disse Borges. A empresa perfurou 19 poços offshore, incluindo poços de exploração, injeção e produção, no primeiro semestre de 2021, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, ou ANP.

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As petroleiras que operam no Brasil exploraram 22 poços offshore no primeiro semestre de 2021, de acordo com a ANP. Isso superou as expectativas de 19 poços offshore que o regulador estimou em abril que seriam perfurados durante o ano. As empresas de petróleo perfuraram um total de cinco poços offshore em 2020.

O aumento do trabalho offshore da Petrobras representa um retorno para a empresa depois que ela freou as perfurações de exploração em meados da década de 2010 por causa de um escândalo de corrupção e do aumento da volatilidade internacional do preço do petróleo. Em vez disso, a Petrobras se concentrou no desenvolvimento de várias das descobertas multibilionárias da empresa na fronteira do pré-sal, como Atapu, Búzios, Mero, Sapinhoa ​​e Tupi.

Tupi é a maior produtora de petróleo e gás do Brasil, bombeando 913.753 b / de 42,6 milhões de m / d em junho, de acordo com a ANP. Os campos do pré-sal produziram 2,142 milhões de barris / dia e 90,9 milhões de metros cúbicos / dia de 129 poços em junho, representando 72,2% da produção do país.

Mesma tendência da Guiana e Suriname 

Embora a maioria dos poços planejados da Petrobras se concentrem em alvos do pré-sal na costa sudeste do Brasil, a empresa está ansiosa para abrir a margem equatorial após o sucesso offshore visto na Guiana e no Suriname, disse Borges.

A ExxonMobil fez cerca de 20 descobertas separadas no bloco Stabroek, que é estimado em 9 bilhões de barris de óleo e gás recuperáveis. O campo de Liza, que bombeou primeiro óleo em dezembro de 2019, está produzindo atualmente cerca de 120.000 b / d, com projetos adicionais previstos para começar em 2022. A TotalEnergies e a Apache também tiveram sucesso na exploração offshore do Suriname em 2020.

“Temos blocos a 30 quilômetros da divisa com a Guiana”, disse Borges. “E na mesma tendência das descobertas na Guiana e no Suriname”.

A Petrobras detém 100% de participação em seis blocos da Bacia da Foz do Amazonas. Os blocos foram obtidos durante a 11ª rodada de licitações do Brasil, realizada em 2013 em parceria com a BP e a TotalEnergies, mas as duas petrolíferas desistiram das licenças após não conseguirem obter as licenças de perfuração.

As preocupações ambientais desempenharam um papel fundamental na interrupção do desenvolvimento da região após a descoberta de um recife de coral até então desconhecido nas águas turvas da foz do Rio Amazonas. Grupos ambientalistas iniciaram uma campanha de conscientização pública com o objetivo de interromper o trabalho na área, incluindo pressão sobre o governo brasileiro para proibir a perfuração.

Embora nenhuma moratória sobre perfuração na área tenha sido implementada, o regulador ambiental federal brasileiro, IBAMA, até agora se recusou a emitir licenças de perfuração na região. Essa foi a força motriz por trás da saída da BP e da Total. A empresa francesa queria inicialmente liderar o desenvolvimento da área, operando cinco dos seis blocos com uma participação operacional de 40%.

No entanto, ficou indignado com os atrasos no processo de licenciamento e os pedidos repetidos do IBAMA por documentação adicional, relatórios e cooperação com governos adjacentes que poderiam ser afetados por acidentes de perfuração. O IBAMA acabou arquivando a solicitação da Total para perfurar após ela não ter enviado os itens solicitados, com a empresa concordando em setembro de 2020 em ceder sua participação operacional de 40% para a Petrobras. BP seguiu em abril de 2021.

A Petrobras tem décadas de experiência em lidar com reguladores brasileiros e enorme influência no nível governamental, o que levou muitos funcionários do setor a esperar uma resolução rápida para a disputa sobre a perfuração. A Petrobras, no entanto, ainda está esperando, disse Borges.

A empresa incluiu US$ 1 bilhão em investimentos destinados à Bacia da Foz do Amazonas e à margem equatorial do Brasil no plano de gastos de US $ 55 bilhões do ano passado para 2021-2025. A margem equatorial se estende de Foz do Amazonas no oeste através das bacias do Para-Maranhão, Barreirinhas e Potiguar ao longo da costa norte do Brasil.

A agência nacional de petróleo do Brasil, ANP, está apoiando os esforços das petrolíferas para abrir a margem equatorial, divulgando estudos em 4 de agosto da Universidade Federal do Norte Fluminense, ou UENF. Os estudos da UENF mostraram indicações de sistemas petrolíferos ativos e outros atributos geológicos semelhantes a descobertas na Guiana, Suriname e na costa da África Ocidental.

“A margem equatorial do Brasil é estratégica porque possui alto potencial para petróleo leve, bem como uma localização geográfica estratégica próxima aos principais mercados”, disse o diretor da ANP, Raphael Moura, durante um webinar para apresentar os estudos. As descobertas na Guiana e no Suriname criaram um senso de “urgência” para descobrir se o Brasil tem o mesmo potencial, disse Moura.

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