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Petrobras indica interesse na exploração de petróleo na Guiana e do Suriname

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A Petrobras está mesmo disposta a explorar ainda mais combustíveis fósseis, apesar dos apelos de especialistas e até da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) pela interrupção “para ontem” da busca por petróleo e gás fóssil. Após o IBAMA negar a licença para a petroleira perfurar um poço na foz do Amazonas, região de altíssima sensibilidade ambiental e com poucos estudos sobre os impactos da exploração de petróleo, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse que a empresa poderá ir para a Guiana e o Suriname, países vizinhos à foz, para buscar petróleo.

“Nós temos a possibilidade de voltar a nos internacionalizar um pouco em relação à Guiana, em relação a outros lugares. Talvez diante da impossibilidade de furar na foz, a gente possa testar alguma coisa na Guiana e Suriname. Compramos o pacote do bid (leilão de áreas na Guiana), mas antes da questão do IBAMA, por segurança, e nem avaliamos ainda”, disse Prates em entrevista ao Estadão, repercutida por Valor e O Globo.

As recentes descobertas de petróleo anunciadas na Guiana é que motivaram a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia (MME) a insistir na perfuração na foz do Amazonas. Prates classificou a negativa do IBAMA em dar a licença para o poço – que, ressalte-se, foi tomada com base em informações técnicas e amplamente detalhadas pelo órgão ambiental – como “uma chance de ouro que se perde”. Chance para quem é o que não sabemos, já que nem mesmo os especialistas do setor de petróleo e gás fóssil sabem precisar quanto de combustível fóssil se encontraria na região.

Exemplo disso é que fala-se que a margem equatorial, faixa litorânea do Amapá ao Rio Grande do Norte, seria o “novo pré-sal” brasileiro, com um potencial de descobertas de 30 bilhões de barris de petróleo – um número total, já que, em geral, apenas 30% a 40% do volume descoberto consegue ser produzido. Mas o pré-sal, nas bacias de Santos e Campos, tem expectativa de produção de 100 bilhões de barris. Logo, a margem equatorial estaria bem aquém disso. E ainda sem qualquer comprovação dessa potencialidade.

Vale lembrar ainda que a sensibilidade ambiental não é exclusividade da foz do Amazonas, uma das bacias sedimentares que integram a margem equatorial. Segundo técnicos do IBAMA ouvidos pelo Globo, somente licenças na Bacia Potiguar, onde já há atividade petrolífera, devem ser aprovadas com facilidade.

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