Três balsas lotadas de imigrantes ilegais que partiram da Líbia para a Itália enfrentaram uma violenta tempestade no Mar Mediterrâneo, informa a ONU.
Pelo menos 200 pessoas morreram enquanto atravessavam o Canal da Sicília, afirmou nesta quarta-feira uma porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), que se baseou em depoimentos de imigrantes resgatados e infomações da Guarda Costeira italiana. Os nove refugiados resgatados, provavelmente do Mali e do Senegal (eles estavam sem documentos), contaram hoje, ao chegarem em Lampedusa, que a violenta tempestade ocorrida no Canal da Sicília na segunda-feira provocou a morte de seus companheiros de viagem, explicou a porta-voz da UNHCR na Itália, Carlotta Sami.
Segundo a imprensa italiana, na segunda-feira foram encontradas duas balsas vazias, uma com apenas duas pessoas e outra com sete. As duas barcas, nas quais segundo os imigrantes viajavam 105 e 107 pessoas a bordo, respectivamente, saíram do litoral da Líbia no sábado ao lado de outra balsa, que foi encontrada na segunda-feira. A terceira embarcação partiu com 105 pessoas a bordo, das quais 29 morreram de frio.
As três balsas naufragaram, segundo os testemunhos, na tarde de segunda-feira devido às fortes ondas. Após os relatos, a Guarda Costeira italiana está patrulhando a área próxima ao limite das águas líbias em busca dos corpos dos imigrantes. Os corpos com os 29 imigrantes mortos por hipotermia enquanto se dirigiam a Lampedusa serão levados hoje a Porto Empedocle para serem enterrados, enquanto os sobreviventes, entre eles uma criança de 12 anos que viajava sozinho, encontram-se em Lampedusa, onde permanecerão horas para poder se recuperar.
Após a tragédia, a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, afirmou que a operação europeia de controle de fronteiras “não serve para nada” e pediu para que fosse substituída por outra política mais efetiva. Em 1º de novembro, a operação Mare Nostrum foi substituído pela Triton, que conta com menos embarcações e não pode se aproximar da costa da Líbia.
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Fonte: Veja