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Pará quer pegar carona com Suriname e Guiana nas bacias de petróleo

Esse território tem despertado o interesse de petroleiras em todo o mundo desde a última década

Atualizado há

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A crescente demanda mundial por combustível e a busca por novas reservas de petróleo, bem como sua exploração é ainda hoje um dos principais ativos para o desenvolvimento de muitas regiões. No entanto, os recentes avanços em estudos e de atividades de extração de óleo e gás em águas profundas em países vizinhos ao Pará fizeram o estado despontar como uma potencial nova fronteira para esse segmento econômico.

A região costeira paraense está incluída na área denominada Margem Equatorial, composta por cinco bacias sedimentares, sendo elas: Amapá Águas Profundas, na região da Foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, em que é possível a exploração de petróleo a até 3 mil metros de profundidade. Esse território tem despertado o interesse de petroleiras em todo o mundo desde a última década, quando foram detectadas as primeiras reservas na Guiana Francesa. Atualmente, o país já conta com 19 descobertas confirmadas, em que se espera a produção total de mais de 9 bilhões de barris.

No caso da parte brasileira da Margem Equatorial, ainda não há dados precisos, apenas projeções, mas que servem de motor para o entusiasmo de que a região receba novos investimentos em breve. “Existe um potencial resultado de que a rocha geradora de petróleo que acontece no Suriname, na Guiana Francesa e até na Venezuela ocorre também nessas áreas que nós queremos atuar. Para isso é necessário saber quanto de acumulado há em nossas estruturas usando dados geofísicos”, diz Mário Carminatti, gerente executivo de exploração da Petrobras.

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Uma nota técnica assinada por Allan Kardec Dualibe Barros Filho, professor da Universidade Federal do Maranhão e ex-diretor da ANP; Ronaldo Gomes Carmona, professor da Escola Superior de Guerra (RJ); e Pedro Victor Zálan, presidente de uma consultoria em exploração de petróleo é menos conservadora. O trabalho afirma que a bacia do Pará-Maranhão é a mais promissora da margem equatorial, chegando mesmo a chama-la de “novo pré-sal” por conta das reservas petrolíferas potencialmente recuperáveis.

De acordo com os pesquisadores, o potencial na região seria da ordem de 20 a 30 bilhões de barris, o que equivale à metade do que já foi descoberto até hoje no pré-sal, o que traria benefícios para os estados do Amapá, Pará e Maranhão com o recebimento de tributos e royalties e com o desenvolvimento industrial e do setor de serviços.

“A exploração e produção desta riqueza traria grandes benefícios para o desenvolvimento nacional e em especial para os Estados do Arco Norte do território nacional. Tal usufruto tem sido postergado e negado a esta rica região do território brasileiro, submetida, paradoxalmente, a níveis de desenvolvimento relativamente baixos em relação ao Sul e Sudeste do país, em grande parte derivado de restrições ambientais sem fundamento técnico”, destaca a nota.

No entanto, Mário Carminatti, tido como principais referências técnicas para a descoberta do pré-sal, não concorda com a comparação. “Não é possível a comparação com o pré-sal, mas não diminui a importância dessa fronteira para o Brasil. Nós estamos entusiasmados. É o estágio seguinte para a sustentabilidade de óleo e gás no país”, pontua o geólogo.

No passado recente, a região chegou a ser concedida para exploração da multinacional francesa TotalEnergies, em uma rodada de concessões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2013. Na época, a empresa pagou R$ 250 milhões por cinco blocos na Bacia da Foz do Amazonas, mas o projeto enfrentou problemas na fase de licenciamento ambiental, tendo sido negado o pedido de perfuração.

Com isso, a Petrobras assumiu as concessões e deve ser a principal operadora nas bacias do Amapá Águas Profundas e do Pará-Maranhão. Agora, com a retomada do projeto, a estatal projeta o investimento de cerca de R$ 2 bilhões na área, tendo como foco principal seis blocos no Amapá e dois na bacia Pará-Maranhão. Para Carminatti, a expectativa é que se possa empregar na região toda a expertise da empresa no sentido de “potencializar as condições para que a sociedade tire proveito disso e desse progresso econômico que está por vir. Nosso objetivo, é a construção de um ecossistema em harmonia com a cadeia de valor do óleo e gás”, pontuou o gerente executivo da Petrobras.

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