ESSEQUIBO – O governo brasileiro está atento aos recentes desdobramentos na Venezuela, especialmente após a eleição presidencial de resultado controverso, que gerou críticas internacionais. Estados Unidos e União Europeia expressaram preocupações quanto à legitimidade do pleito, aumentando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro.
De acordo com militares e diplomatas ouvidos pela CNN, o governo brasileiro avalia que a instabilidade interna da Venezuela e o questionamento sobre a legitimidade de Maduro devem reduzir a probabilidade de uma ofensiva contra a Guiana, uma ideia que ganhou destaque durante a campanha eleitoral venezuelana. Na corrida pela reeleição, Maduro reiterou sua intenção de anexar a região de Essequibo, atualmente sob jurisdição da Guiana, o que despertou preocupações na comunidade internacional sobre um possível conflito armado na região.
No cenário atual, analistas e diplomatas brasileiros acreditam que Maduro enfrentará uma crise interna significativa nos próximos meses. A administração brasileira, portanto, aposta que o presidente venezuelano se concentrará em estabilizar sua posição interna em vez de lançar uma nova polêmica global. Essa estratégia inclui uma tentativa de política externa mais conciliatória para recuperar o apoio de nações sul-americanas, como Brasil e Colômbia, com as quais a Venezuela tem estado cada vez mais isolada.
Em resposta à pressão internacional, Maduro anunciou na quarta-feira (31) sua intenção de divulgar as atas de votação do pleito realizado no último domingo (28). No entanto, o governo brasileiro vê essa promessa com ceticismo, temendo que os documentos apresentados possam ser fraudulentos, visando dar aparência de legitimidade à manutenção de Maduro no poder.