DA REDAÇÃO – A Operação Kapalu, realizada com o objetivo de erradicar o despejo ilegal de resíduos e a mineração clandestina na Bacia de Camopi, no sudeste da Guiana, tem mostrado resultados expressivos desde seu início. A área de quase 3.000 km², parte do Parc Amazonien de Guyane, enfrenta graves ameaças ambientais devido às atividades de garimpeiros ilegais, mas as ações coordenadas entre as Forças Armadas e a Gendarmerie da Guiana têm conseguido diminuir significativamente a presença dos orpalers, como são chamados os garimpeiros ilegais da região.
Em 2019, a Bacia de Camopi era um dos maiores focos de atividades ilegais de mineração no país, com cerca de 2.500 a 3.000 garimpeiros operando em cerca de 100 canteiros. No entanto, após cinco anos de intensificação das fiscalizações e com a instalação de pontos de controle permanentes, o número de orpalers caiu para apenas 300, espalhados por 30 canteiros. Essa redução, que representa uma queda de mais de 90%, é considerada um grande avanço na luta contra a mineração ilegal na região.
A fase mais recente da Operação Kapalu, que ocorreu entre outubro e novembro de 2024, focou na destruição sistemática das infraestruturas ilegais. Durante seis semanas, mais de 150 militares e gendarmes realizaram patrulhas intensivas, desmantelando e destruindo equipamentos utilizados pelos garimpeiros. A operação resultou na apreensão de diversos materiais, como 500 gramas de ouro nativo, 23 canoas e 26 motores externos, 50 motobombas, 15 geradores de energia, 17.000 litros de combustível e 6 toneladas de alimentos. Estima-se que os danos causados aos contrabandistas ilegais ultrapassem os 3,5 milhões de euros, um impacto significativo no mercado de mineração ilegal da região.
