Ator morreu afogado no Rio São Francisco, em Sergipe. Grupo LaMínima apresenta peça ‘À La Carte’ criada por Montagner, no Sesc 24 de Maio, nesta sexta (15).
família e amigos do ator Domingos Montagner, que morreu em um acidente no Rio São Francisco, em Sergipe, há um ano, relembram diariamente a perda do artista e não pretendem fazer um ato pontual em homenagem à memória do artista nesta sexta-feira (15). No entanto, o grupo LaMínima, fundado por Montagner, vai fazer suas sessões da peça “À La Carte”, no teatro Sesc 24 de Maio, no Centro de São Paulo.
“A nossa homenagem é constante, diária, mas o momento simbólico não vai ter. Não haverá nada com esse foco, desse jeito, pontual”, disse ao G1Luciana Lima, atriz, produtora da companhia teatral e viúva de Montagner.
Montagner morreu na tarde do dia 15 de setembro de 2016 após desaparecer nas águas do Rio São Francisco, onde foi arrastado pela correnteza. O ator tinha 54 anos e interpretava Santo em “Velho Chico”, novela da TV Globo.
Ele havia gravado cenas da novela na parte da manhã. Após o término da gravação, almoçou e, em seguida, foi tomar um banho de rio, acompanhado da atriz Camila Pitanga. Durante o mergulho, não voltou à superfície. Camila avisou a produção, que iniciou imediatamente a procura pelo ator. Ele foi encontrado no fundo do rio preso a algumas pedras.
O corpo de Domingos Montagner foi seputado em São Paulo no dia 17 de setembro.
20 anos de grupo
De março a julho deste ano, um projeto chamado LaMínima 20 anos, que foi idealizado por Montagner e pelo parceiro Fernando Sampaio, em 2016, foi levado ao público no Teatro Sesi, em São Paulo. O projeto apresentou o espetáculo Pagliacci, uma exposição e uma circulação de peças do repertório do grupo.
Luciana disse que a sequência de apresentações foi a forma, de certa forma involuntária, de homenagear o marido e ator. “Nunca pensei em desistir da comemoração dos 20 anos do grupo. Não foi uma escolha racional [prosseguir], porque é uma forma de termos, continuamente, a ‘presença’ do Domingos, ponderando a todo momento de como ele agiria nas situações, das grandes decisões até aos mínimos detalhes.”
Para ela, o projeto “é mais que uma homenagem, é a constatação da evolução da linguagem da companhia, a sua relação com a arte e sua fidelidade aos princípios que a norteia desde sempre”, disse Luciana.
Toda a concepção do LaMínima 20 anos teve participação efetiva de Montagner, desde a escolha de criação e elenco. “Tivemos duas reuniões com todos sobre como seria essa nova montagem, quais caminhos cênicos seriam possíveis, inclusive desenhos foram feitos por Domingo. Ele costumava traduzir em ilustrações todas suas ideias, de cenas a figurinos e cenários.”
Luciana lembra que Montagner costumava falar sobre o caminho percorrido pela companhia, mesmo sem saber qual seria o fim do percurso. “Queremos comemorar [essa história], apresentando espetáculos que percorreram muita estrada, realizando uma exposição com fotos, figurinos, objetos que andaram conosco e estrear Pagliacci, um novo companheiro para nos ajudar a construir mais um trecho deste caminho, que ainda não sabemos onde é o fim.”
Fonte: G1