Autoridades francesas informaram à representantes da Polícia Federal (PF) que o material genético de três corpos achados após o naufrágio de uma canoa com mais de 20 brasileiros no Oceano Atlântico em agosto, deve chegar à sede da França no sábado (9).
As vítimas foram resgatadas na semana seguinte ao desastre e seguem na Guiana Francesa sem identificação, mais de um mês depois. Ainda há 17 desaparecidos. O esclarecimento foi feito durante uma reunião da PF com representantes do governo francês na quinta-feira (7) em Caiena.
O reconhecimento só é feito por genética porque os corpos estavam em estado avançado de decomposição. A embarcação partiu de maneira ilegal de Oiapoque, no extremo Norte do Amapá, com destino ao departamento francês. Todos viajaram em busca de trabalho e melhores condições de vida. Até hoje não há uma lista oficial de mortos ou desaparecidos da viagem.
As forças de segurança francesas, que só souberam do caso quando uma mulher foi encontrada à deriva dias depois, procuraram por náufragos e corpos em 31 de agosto e 1º de setembro, e depois suspendeu o trabalho. O governo brasileiro não faz buscas porque o naufrágio foi em território francês.
O DNA deve chegar ao país europeu no sábado (9) para que seja feito o sequenciamento genético e depois ser entregue ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF, em Brasília. É no Brasil que haverá o confronto com o material genético recolhido no mês passado dos familiares de desaparecidos. Ainda não há prazo definido para a chegada do DNA na capital brasileira, disse a PF.
A PF coletou o material genético de familiares após uma convocação onde 14 familiares procuraram a polícia e repassaram informações sobre os viajantes que são de vários estados do Norte e Nordeste. Segundo o mapa onde os três corpos foram localizados, que as autoridades brasileiras tiveram acesso, as correntes marítimas estavam os levando em direção ao Suriname. Apenas quatro sobreviventes foram encontrados.