Segundo Financial Times, Natura vai controlar cerca de 76% do grupo combinado e o restante será detido pelos acionistas do grupo norte-americano.
A Natura afirmou nesta quarta-feira (22) estar “em discussões avançadas” com a Avon, após a imprensa internacional ter noticiado que a companhia brasileira fechou acordo para comprar o controle do grupo norte-americano.
Em comunicado ao mercado, a Natura confirmou que o acordo envolve a “aquisição de Avon” e que a operação em negociação envolve troca de ações que “resultaria na combinação de seus negócios, operações e das bases acionárias” das duas empresas.
Segundo publicou o Financial Times nesta quarta-feira, citando fontes próximas do assunto, a Natura vai comprar a Avon em um acordo todo em ações que avalia o grupo norte-americano em mais de US$ 2 bilhões.
A Reuters já havia publicado na semana passada que a Natura estava perto de fechar acordo para a aquisição da rival.
De acordo com o Financial Times, a Natura vai controlar cerca de 76% do grupo combinado e o restante será detido pelos acionistas da Avon.
O valor de mercado da multinacional listada na bolsa de Nova York é de US$ 1,42 bilhão. Com a notícia, as ações da Avon sobem mais de 16% em Wall Street, destaca o Valor Online. Somente neste ano, as ações avançaram 110%.
Complexidade ao modelo de negócios
Segundo analistas do BTG Pactual, a transação vai adicionar complexidade ao modelo de negócios da Natura, uma vez que a empresa já está enfrentando a recuperação dos negócios da The Body Shop, destaca a agência Reuters.
Apesar disso, os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, do BTG, afirmaram que dada a similaridade dos modelos de negócios de ambas as empresas, altamente expostos a venda direta, “sinergias potenciais podem surgir”.
“Assumindo um valor implícito de mercado da Avon de US$ 2 bilhões, isso poderia implicar em um prêmio de 70% sobre o fechamento das ações da Avon na véspera, o que resultaria em um valor de R$ 21,5 bilhões para a Natura e uma participação de 28% dos acionistas da Avon na nova companhia combinada”, escreveram os analistas do BTG em nota a clientes.
Já Henara Matache, analista do Brasil Plural, também vê “uma série de desafios relacionados ao apelo da marca Avon e às suas operações logísticas”, já que a companhia norte-americana “passou por tempos difíceis em todos os seus principais mercados e pode precisar de investimentos para revitalizar suas operações em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a Natura têm que manter o seu plano de reestruturação em curso para a marca The Body Shop”.
Apesar disso, Matache afirmou em nota a clientes que as sinergias que podem resultar da combinação das duas empresas “devem superar o lado negativo dos investimentos necessários e contribuir diretamente com o objetivo maior da companhia de se tornar uma marca verdadeiramente global”.
Fonte: G1