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Mastigação correta: importância para as crianças vai além da alimentação

Atualizado há

Além da função de quebrar os alimentos em pedaços menores, mastigar também fortalece os músculos da face.

Hoje em dia, muitas crianças mastigam rápido demais e até com a boca aberta, então surgem as dúvidas: Quais os prejuízos de uma mastigação muito rápida? Como posso ajudar meu filho a comer melhor? Quais os prejuízos para criança quando come rápido?

O desenvolvimento da mastigação é gradativo e está relacionado ao desenvolvimento da criança. O mastigar é uma função aprendida, diferente de outras funções, como a sucção, na qual nascemos aptos a realizar e se é um ato aprendido, depende de treino.

O treino começa muito cedo, quando o bebê começa a levar suas mãos e objetos à boca; os mordedores com diferentes formatos e texturas, serão importantes estímulos na cavidade oral, preparando-a para perceber os diferentes alimentos.

Esse processo de aprendizado da mastigação terá adaptação às condições anatômicas, pelas quais a criança passará, por exemplo com o surgimento dos dentes, que ajudarão nas diferentes texturas dos alimentos e nos movimentos que a criança realizar.

Quando mastigamos, além da importante função de quebrar os alimentos em pedaços menores, para facilitar a digestão dos nutrientes, também fortalecemos os músculos da face e oral (orofaciais). Esses músculos participam na sucção, mastigação, deglutição (ato de engolir), respiração e fala. Assim, quando uma criança não mastiga direito, ela poderá prejudicar o processo de digestão dos alimentos e poderá apresentar alterações na musculatura envolvida.

E quando começar a introdução alimentar?

A Organização Mundial da Saúde (OMS), orienta a amamentação exclusiva até 6 meses de idade, após esse tempo, a alimentação complementar deverá ser introduzida lenta e gradualmente. No início será mais pastosa, mas a consistência será gradualmente modificada, até chegar à alimentação da família.

A mastigação, portanto, se apresentará nessa fase de adaptação, servirá de estímulo para o desenvolvimento craniofacial e auxiliará o crescimento dos ossos da face e do posicionamento dos dentes.

Por que introduzir alimentos sólidos

Crianças que se alimentam exclusivamente e de forma contínua com dieta mais pastosa, com alimentos liquidificados ou com mamadeiras, não exercitam os músculos orofaciais adequadamente, influenciando na realização das funções da boca, como a fala. Esse alerta vale inclusive para pais e cuidadores que permitem que as crianças substituam as refeições por mamadeiras e ao fazer isso, deixam de realizar a função mastigatória.

A criança tem o adulto como modelo para muitas, senão todas, as ações e percepções que tem, e a mastigação é uma dessas ações. Por isso as refeições devem ocorrer em família, todos sentados à mesa. É importante também dar autonomia para criança explorar os alimentos e levá-los à boca.

Os pais podem auxiliar seus filhos no processo de aprendizagem da mastigação observando e tomando algumas atitudes, por isso deixo algumas dicas abaixo:

  • Ofereça um local adequado, para que a alimentação ocorra com tranquilidade
  • A refeição deve ocorrer sem outros estímulos no ambiente, como tabletes, filmes e canções, que possam distrair a criança do ato de comer
  • Ofereça vários tipos de alimentos com sabores e texturas diferentes, de acordo com a idade
  • Substitua o uso de mamadeiras por alimentos que a criança possa mastigar

Caso a criança tenha muita dificuldade em realizar a mastigação, mesmo passada a fase de introdução alimentar, os pais podem buscar orientação com profissionais, como fonoaudiólogos, especialistas em Motricidade Orofacial.

A mastigação correta é fundamental para o desenvolvimento da criança e adaptação às diferentes texturas de alimentos que lhe serão apresentadas e é missão dos pais e cuidadores prezar pela saúde dessa ação.

Fonte: Minha Vida

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