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Manoel de Oliveira, diretor português de cinema, morre aos 106 anos

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Cineasta de ‘O sapato de cetim’ e ‘A carta’ teve parada cardíaca.Ele fez último filme em 2014 e tinha mais de 60 produções no currículo.

O diretor português de cinema, Manoel de Oliveira, morreu aos 106 anos nesta quinta-feira (2) após uma parada cardíaca, segundo a produtora responsável pela realização de seus últimos trabalhos.

Considerado o cineasta mais longevo do mundo, ele dirigiu 62 filmes, entre longas e curtas. Tinha 84 anos de carreira como diretor e 47 prêmios no currículo.

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O Leão de Ouro de Veneza de 1985 por “O sapato de cetim” e o prêmio do Júri de Cannes, em 1999, por “A carta”, são alguns dos principais reconhecimentos que recebeu em sua extensa trajetória.

A estreia de Oliveira no cinema foi como ator, no filme “Fátima Milagrosa”, de 1923. Ele atuou em outras dez produções. “A Canção de Lisboa”, de 1933, foi o primeiro filme falado da história de Portugal. Trabalhou ainda como editor, produtor e roteirista, mas foi na direção que se destacou.

Passou para trás das câmeras com o documentário mudo em preto e branco “Douro, faina fluvial”, de 1931. Depois de começar a filmar ainda na época do cinema mudo, não parou mais. Com o passar dos anos, sua produção cinematográfica aumentou.

100 anos
Seus últimos trabalhos são “O Velho do Restelo” e “Chafariz da Virtude”, de 2014. Desde 1981, manteve média de mais de um filme por ano. A paixão do cineasta fazia com que tratasse os sets de filmagem como uma extensão de sua casa.

Tanto que nem no dia em que completou 100 anos, deixou a cadeira de diretor. Filmava o longa “Singularidades de uma Rapariga Loira”, seu 42º longa, e corria para terminá-lo a tempo de apresentá-lo no Festival de Berlim de 2009.

Nascera no dia 11 de dezembro de 1908, mas seus documentos assinalavam que a data de seu aniversário era no dia 12. Contava que só o registraram no dia seguinte. Filho de industrial da região norte do país, Oliveira levou o realismo do cotidiano português, como a vida dos pescadores da cidade do Porto de seu primeiro documentário. Sua obra era carregada de fatalismo.

“Nós não determinamos o nosso destino, é o nosso destino que determina as nossas vidas. Não sabemos porque o destino nos pôs nessa Terra. Não somos senhores de nós próprios, dependemos de forças obscuras que nos dão os nossos impulsos”, disse o cineasta, em entrevista à “BBC”, em 2008.

Na entrevista, o cineasta afirmou que a ideia da morte era pacificadora. “Venha ao mundo como vier, a morte é sempre certa. Isso nos dá um certo conforto.”

Universal
Oliveira é considerado um dos autores mais universais de Portugal pela qualidade de sua obra, da qual fazem parte trabalhos como “Francisca” (1981), “A divina comédia” (1991), “Não, ou a vã glória de mandar” (1990) e “Um filme falado” (2003).

Seu legado, que preserva a memória do século 20, aborda desde a tradição bíblica até a filosofia de Nietzsche. Cineasta cultuado na Europa, ele trabalhou em sua longa carreira com atores como John Malkovich, Catherine Deneuve e Alfredo Mastroianni.

Manoel deixa a mulher, Maria Isabel BRandão de Meneses de Almeida Carvalhais, e quatro filhos, netos, entre os quais o ator Ricardo Trêpa, e bisnetos.

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Fonte: G1

 

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