Manifestantes que protestavam nesta sexta-feira contra o alto custo de vida no Suriname tentaram tomar o Parlamento e saquearam lojas na capital do país, Paramaribo, o que levou o presidente Chan Santokhi a pedir a prisão dos responsáveis pelos distúrbios.
Entre 1.000 e 2.000 pessoas se reuniram pela manhã no centro de Paramaribo para protestar contra o aumento dos preços dos alimentos, da gasolina e da eletricidade, acusando o governo Santokhi de corrupção. “Fora Chan!”, repetiam.
Por volta do meio-dia, alguns manifestantes romperam as barreiras policiais que protegiam o Parlamento e tentaram entrar no edifício atirando garrafas e pedras contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha.
Lojas foram saqueadas, entre elas uma de telefonia. Um carro foi incendiado, e houve tentativa de atear fogo em diversos prédios. Várias pessoas ficaram feridas. O presidente condenou os distúrbios e instruiu o procurador-geral a “prender todas as pessoas direta e indiretamente responsáveis”, sem citar nomes: “Os coordenadores, organizadores à frente e nos bastidores, todos aqueles que estiveram envolvidos em crimes”, disse, ao classificar os fatos como “uma violação grave do Estado de Direito”.
Santokhi também ordenou o reforço da presença da polícia e do Exército nas ruas. Serão tomadas “medidas de segurança” até que a paz “retorne plenamente”, assinalou o presidente, que convocou os grupos de manifestantes ao diálogo. O ministro de Justiça, Kenneth Amoksi, garantiu que a situação está controlada. “Vemos distúrbios em outros países e não estamos acostumados a este tipo de coisa no Suriname”, disse.