O líder venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou nesta quarta-feira (24) que buscará a reeleição na votação prevista pela Assembleia Constituinte, convocada por ele e composta integralmente por seus aliados, para ocorrer até 30 de abril.
A confirmação era iminente, diante de ter se manifestado na terça (24) disposto a concorrer e após o número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, ter afirmado que o mandatário seria candidato.
“Vamos ganhar as eleições e vamos varrer [a oposição]”, disse, em um evento do Ministério do Transporte em Caracas. “Não vou decepcioná-los. Assumo a candidatura presidencial para o período 2019-2025.”
A data oficial ainda não foi estabelecida. A antecipação do pleito ocorre no momento em que Maduro se aproveita da união de seus aliados após a vitória nas eleições municipais, em dezembro, e para governadores, em outubro.
Por outro lado, também se beneficia da fragmentação da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), dividida em relação a participar das eleições e às negociações com o regime na República Dominicana.
Depois do anúncio das eleições, o México deixou a mediação. Devido à decisão mexicana e ao decreto unilateral da Constituinte, o negociador-chefe da oposição, Luis Florido, considera o processo “moribundo e na UTI”.
Além da divisão, os antichavistas ainda enfrentam a dificuldade de escolher um candidato diante as poucas opções de líderes disponíveis sem processos pendentes ou com possibilidade de serem processados pelo chavismo.
Cotados como concorrentes, o ex-prefeito Leopoldo López está em prisão domiciliar, o ex-prefeito Antonio Ledezma se autoexilou na Espanha e os ex-presidenciáveis Henrique Capriles e María Corina Machado estão inelegíveis.
Outros dois avaliados, os ex-presidentes da Assembleia Nacional Henry Ramos Allup e Julio Borges estão em teoria aptos, mas podem ser processados -a Constituinte já anunciou que os pretende processar por crime de ódio.
PENCE
Nesta quarta, o vice-presidente americano, Mike Pence, disse que o chavista, a quem chamou de ditador, desproveu os venezuelanos de eleições livres e justas -mesma crítica feita pelo Departamento de Estado na terça.
“Eleições instantâneas são antidemocráticas, inconstitucionais e contra o que o mundo defende. Os EUA continuarão a pressionar o regime para respeitar os direitos humanos de todos os venezuelanos, e restaurar a democracia”.
Assim como a Casa Branca, os governos do Brasil e de mais 11 países das Américas que não reconhecem a Câmara chavista consideram que as eleições também não serão livres, motivo pelo qual não deverão ratificar o resultado.
Fonte: FolhaPress