GEORGETOWN – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para viajar à Guiana para a cúpula da comunidade dos Estados do Caribe (Caricom), que acontece no dia 28 de fevereiro. O bloco é composto por 20 países do Caribe, sendo 15 estados-membro e 5 associados. O Brasil participará como convidado do encontro, já que não integra o bloco.
Lula tem como uma de suas prioridades na agenda externa a integração dos países da América Latina, além do diálogo com países próximos, como os caribenhos. Em dezembro de 2023, Lula mencionou intenção de participar do encontro, para falar sobre financiamentos e sobre democracia.
Mas, segundo fontes do Palácio do Planalto, a ida do presidente à Guiana também é lida como um recado forte à Venezuela de Nicolás Maduro, que reivindica a região de Essequibo, no território guianense.
A Venezuela afirma ser a proprietária legítima da região, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país. A área é rica em recursos naturais e biodiversidade.
A realização de um referendo na Venezuela no ano passado, ratificando o desejo de anexar a região, reacendeu a disputa de décadas e também o temor de um conflito armado na fronteira com o Brasil.
Nesta quinta-feira (25), os ministros das Relações Exteriores da Guiana e da Venezuela vão participar de um encontro em Brasília, intermediado pelo chanceler do Brasil, Mauro Vieira.
A reunião antecede um segundo encontro entre os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, marcada para acontecer também na capital do Brasil, ainda sem data definida.