BELÉM – No último dia 26 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da França, Emmanuel Macron, fizeram um anúncio de grande impacto para a região amazônica. Em uma demonstração de cooperação internacional e compromisso com o meio ambiente, os líderes revelaram um programa conjunto que visa investir 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul.
O encontro histórico ocorreu em Belém, cidade que será palco da cúpula do clima COP-30 no próximo ano, evidenciando a importância estratégica da região para questões ambientais globais. Macron, iniciando sua visita ao Brasil pela Amazônia, sublinhou a necessidade de ações concretas para preservação e desenvolvimento sustentável da floresta tropical.
O plano de investimento, a ser executado ao longo dos próximos quatro anos, contará com a colaboração entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento, além de prever participação do setor privado. Entre os componentes-chave do programa destacam-se:
- Diálogo entre as administrações francesa e brasileira sobre os desafios da bioeconomia;
- Parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento;
- Nomeação de coordenadores especiais para empresas inovadoras no campo da bioeconomia;
- Novo acordo científico entre a França e o Brasil para desenvolvimento de projetos de pesquisa em setores sustentáveis;
- Criação de um hub de pesquisa e investimento em tecnologias-chave para a bioeconomia.
Um aspecto fundamental do programa é o compromisso com a participação das comunidades locais e dos povos indígenas na tomada de decisões, garantindo sua representação e voz no processo.
Além do investimento direto na bioeconomia, os governos do Brasil e da França anunciaram a promoção de um grande plano de investimento global, público e privado, para impulsionar a bioeconomia, com foco em conservação, manejo sustentável das florestas, tecnologias baseadas em recursos biológicos e criação de empregos.
Outro ponto relevante da agenda é a defesa de altos padrões para o estabelecimento de um mercado de carbono eficaz, visando remunerar os países florestais que investem na restauração de sumidouros naturais. Lula e Macron pediram celeridade nas negociações para implementação deste mercado, destacando seu potencial para financiar projetos de alta integridade ambiental e social.
Ademais, os presidentes comprometeram-se a promover parcerias globais para financiar a proteção das florestas tropicais e da biodiversidade, buscando novos instrumentos para viabilizar essa proteção em todo o mundo