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Livro retrata história da Amazônia entre Brasil e Guiana Francesa

Narrativa é um romance de um casal de exploradores

Atualizado há

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Um casal de exploradores franceses do século 19 que decide se aventurar pela região entre o que hoje são o Amapá, o Pará e a Guiana Francesa. Esta foi a pista seguida pelo escritor suíço e jornalista Patrick Straumann, em seu novo livro, Oyapock. O romance amarra a experiência de Henri e Octavie Coudreau há 120 anos com o cenário atual da região.

Apaixonado pelo Brasil, Straumann seguiu os passos dos Coudreaus pelo interior do Amapá e do Pará, para recontar as aventuras deste casal que, trabalhando para o governo francês, levantou todo tipo de informações sobre a região, que era alvo de disputa de fronteiras.

“Eles eram os últimos viajantes exploradores da região. Nasceram no sudoeste da França, começaram a explorar a região a partir da Guiana Francesa e, depois do início da república [brasileira], trabalharam para o governo do Pará. O que me atraiu nessa história é que eles começaram como um casal clássico e depois começaram a trabalhar juntos, e inventaram uma vida de casal bastante moderna. Depois eles desertaram a França para trabalhar para o Brasil, o que significa que eles mudaram completamente de vida”.

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O livro, ao costurar o século 19 com o 21, recria um painel histórico de tentativas de colonização da região com população de fora, exploração da borracha e dos minérios na Amazônia, fim da escravidão e criação da República no Brasil.

No mergulho para melhor entender este território, Straumann faz ressurgir eventos esquecidos, como a criação da República de Cunani, em 1886. Na fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil, a localidade tentou decretar sua independência, reunindo comerciantes franceses, aventureiros e negros que buscavam a liberdade.

“A França queria integrar essa região e Portugal, e depois o Brasil também queria integrar essa região. Nessa indefinição, a população decidiu a uma certa altura declarar a independência, mas isso não teve muita consequência, por ser uma região muito isolada. Mas esse território virou um espaço para aventureiros, para escravos que fugiam, para condenados que fugiam da Guiana. Essa sociedade inventou, de uma certa maneira, um novo jeito de viver um pouco utopista”, conta o autor.

As marcas francesas, no entanto, não ficaram registradas na história oral da região. “Quando passei no vilarejo Cunani, a população é evidentemente brasileira e as referências são a de uma história de quilombo, dos pretos que fugiram das fazendas para viver em liberdade. E só visitando a igreja, que tem sinos feitos em Nantes, para descobrir esse passado francês”, ele descreve.

O romance ainda revela outras joias ainda pouco conhecidas do lugar, como os resquícios de artes rupestres, já conhecidos no século 19, mas ainda pouco estudados. No traço de Coudreau, Straumann encontra um explorador já preocupado com a preservação da floresta e deslumbrado com as riquezas amazônicas que podem ser exploradas sem devastá-la. O livro “Oyapock” está sendo lançado em outubro na França pela editora Chandeigne. O título ainda busca editor para sua versão brasileira.

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