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Lais Souza recupera sensibilidade nos pés e mantém esperança: ‘Ainda me sinto uma atleta’

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Ex-ginasta teve evolução surpreendente dez meses após acidente nos EUA.

Lais Souza retornou ao Brasil mais de dez meses depois do grave acidente de esqui que a deixou tetraplégica e concedeu uma animadora entrevista nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Sorridente, a ex-ginasta falou sobre a surpreendente evolução de sua recuperação e disse que ainda sonha em chegar caminhando à Olimpiada de 2016 na cidade. O médico que cuida de Lais, Antônio Marttos Júnior, iniciou a entrevista revelando que seu quadro clínico evoluiu de lesão completa de medula para incompleta e que ela já tem sensibilidade nos pés.

“A evolução que ela teve não é comum. Hoje ela tem uma sensibilidade fina nos pés, as vias sensitivas estão passando através da lesão, não está tudo parado. Temos que continuar trabalhando para ver onde vai a evolução dela. A partirm de agora, ela passa a ser candidata a novos tratamentos, todos muito inovadores.” Lais comemorou o fato de estar no país depois de tanto tempo e disse manter bem viva a esperança de voltar a andar. “Ainda há muito a fazer. O plano A é voltar a andar, recuperar o movimento e a sensibilidade.”

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Lais agradeceu ao apoio que vem recebendo do COB, da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), de doadores que contribuiram com seu tratamento e do Senado, que já aprovou uma pensão especial vitalícia para Lais, no valor de 4.390,24 reais por mês. Ela disse que ainda se sente em uma competição e que tem forças de sobra para seguir enfrentando a situação. Nesta terça-feira, Lais será homenageada no Prêmio Brasil Olímpico, dia 16 de dezembro, no Theatro Municipal do Rio.

Lais se lesionou em 28 de janeiro, ao sofrer um acidente de esqui em Salt Lake City, nos EUA, dias antes do início da Olimpíada de Inverno de Sochi. Ela chocou-se contra uma árvore e quebrou a terceira vértebra da coluna cervical e foi socorrida imadiatamente. Transferida para a Universidade de Miami, ela atualmente passa por tratamento com células tronco e vive uma intensa rotina de treinamento. “Ela quase perdeu a vida. Foi um acidente muito grave, 50% dos pacientes que tem a lesão que ela teve acabam falecendo nas primeiras 24 horas porque param de respirar. A Lais tem consciência de que sobreviveu porque o atendimento de emergência foi perfeito. E ela quer ser uma porta-voz dessa necessidade de um melhor atendimento e tratamento para todos os brasileiros”, revelou o médico. As principais declarações de Lais Souza:

Otimismo – Tive bastante ajuda de uma psicóloga, mas sou uma pessoa muito positiva. Ainda há muito a fazer, mas eu consegui aceitar a situação em que me encontro hoje e encarar, até porque não tenho opção. Tenho de abraçar a causa e não olhar para trás. O plano A é voltar a andar, recuperar o movimento, a sensibilidade. A sensação que tenho ainda é que eu sou uma atleta, tenho de encarar isso como uma fisioterapia, como fazia quando competia. Tenho de encarar de cabeça erguida, ter uma boa alimentação, comer bem, treinar e manter a cabeça boa.

Dificuldades – Emocionalmente, a gente muda. Sempre fui muito espoleta, nunca gostei de ficar parada e a maior dificuldade é ter de ficar quieta. Tem momentos que choro, tenho altos e baixos como todo mundo, mas na maior parte do tempo estou feliz. Eu me imagino sempre bem próxima da ginástica, o esporte que amo. E quero entrar andando nessa Olimpíada, chegar brincando, do jeito que fazia antes.

Evolução – Fiquei bastante tempo no hospital e passei por várias fases. Primeiro comecei a respirar sozinha, depois a comer sozinha. Dei um passinho a cada semana e fui crescendo com isso como pessoa. Fui aos poucos conhecendo o mundo da cadeira de rodas, que é muito rico e atinge muitas pessoas no mundo.

Conselhos – As pessoas que sofrem acidentes como o meu precisam ter muita paciência para encarar a situação. É doloroso, mas as coisas vão melhorando. E a melhor notícia que poderíamos ter é o desenvolvimento deste tratamento. Temos de levantar a cabeça, olhar para frente, porque não estamos longe da cura.

Saudades – Vou para casa, estou muito ansiosa, minha família está toda me esperando em Ribeirão Preto. Minha cidade é pequena, tem muita gente que me conhece e sabe que estou com saudade. Ainda estamos nos adaptando, a minha casa ainda não tem muitas mudanças, um degrau ou outro, uma rampinha.

Sonhos – Continuo com muitos sonhos, mas muitos deles mudaram. Hoje um deles é andar e trazer novidades da medicina para o Brasil. Mas continuo a mesma Lais, quero estar bem, ser uma mulher forte, vivendo um dia após o outro e viver o presente. É Inexplicável a motivação que sinto ao saber que essa evolução na medicina pode chegar por minha causa. Eu estava no momento errado, na hora errada, mas não podia ter acontecido um cenário melhor depois do acidente.

Pensão – Soube da aprovação dessa lei e  fiquei muito feliz. É bom saber que estenderam a mão a mim e a outros atletas que passam por isso. Uma lei como essa faz toda a diferença para um atreta que está sempre correndo riscos.

Doações – Fiquei surpresa com a ajuda das pessoas. Por estar sempre dopada, não vi nem vivi algumas coisas no início do tratamento. Mas sou muito grata a todas as pessoas que fizeram doações e torceram por mim.

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