Protestos contro o governo acontecem desde quinta-feira, 28. Pelo menos 21 pessoas morreram nos enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes.
elo menos mil pessoas foram presas em diferentes cidades do Irã desde o início dos protestos contra o governo do país na última quinta-feira, segundo as autoridades locais e representantes das forças de segurança.
Apenas em Teerã, província onde fica a capital do país, 450 manifestantes foram presos, de acordo com o vice-governador da província, Ali Asgar Naserbajt.
O vice-promotor da cidade de Mashad, Hassan Heidari, informou que 138 pessoas foram presas. O comandante dos Guardiões da Revolução da província de Kerman, Golam Ali Abuhamze, disse que na cidade de mesmo nome há mais de 80 detidos.
Em Hamedan, no oeste do país, os presos superam 150, de acordo com o governador da província, Ali Toali.
Em várias cidades e províncias do país, as autoridades se militaram a falar que há “grupos” de detidos nos protestos.
O governo do Irã ameaçou hoje os manifestantes, afirmando que aqueles que participarem de protestos podem ser acusados de vários crimes, alguns deles punidos com a pena de morte.
“A cada dia que passe e as pessoas sejam detidas, aumentará seu crime e castigo e nós já não os consideramos manifestantes pelos seus direitos, mas como pessoas que querem prejudicar o regime”, disse hoje o presidente do Tribunal Revolucionário de Teerã, Musa Ghazanfarabadi, segundo a agência iraniano de notícias “Tasnim”.
Os detidos serão declarados culpados de diferentes delitos, entre os quais figuram “atentado contra a segurança nacional” e “inimizade com Deus”, ambos punidos com a pena de morte, esclareceu Ghazanfarabadi.
Pelo menos 21 pessoas morreram nos enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes antigovernamentais, cujos protestos começaram no último dia 28 de dezembro.
Início
Em 28 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram na segunda maior cidade do país, Mashhad (nordeste), contra a alta dos preços, contra o desemprego e contra o governo do presidente Hassan Rouhani.
Segundo imagens de vídeo difundidas pela mídia reformista Nazar, os manifestantes gritavam “Morte a Rohani!” e criticaram os compromissos do governo no âmbito regional antes mesmo que no âmbito doméstico.
Policial morto
As autoridades acusam grupos “contra-revolucionários” com sede no exterior de utilizar estas redes para convocar manifestações e utilizar coquetéis Molotov e armas de fogo.
O presidente Rouani reconheceu neste domingo que o governo deve “permitir um espaço” para que a população possa expressar suas “inquietudes diárias”, mas condenou “a violência e a destruição de bens públicos”.
Na noite do domingo, 31, violentos protestos aconteceram em uma dezena de cidades. Um policial iraniano morreu e outros três ficaram feridos por disparos de fuzil em Nayafabad, no centro do Irã.
Fonte: G1