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Incidente na Amazônia: Exército Brasileiro abre fogo contra drones e invasores em território junto ao Suriname

No Parque Indígena do Tumucumaque, habitam cerca de 3 mil indígenas de mais de 30 aldeias das etnias Tiryó, Kaxuyana, Wayana, Aparai e Akuriyó, além de dois grupos isolados

Atualizado há

PARAMARIBO – Soldados do Exército, alocados no Pelotão Especial de Fronteira (PEF) Tiriyós, na Amazônia do Pará, dispararam contra um drone que estava sobrevoando aldeias indígenas no Parque Indígena do Tumucumaque, bem como a própria base militar. Embora o drone não tenha sido derrubado, os militares estão acompanhando a situação e tentando identificar os responsáveis pelos sobrevoos.

Segundo o Exército, a presença do drone indica uma tentativa de coletar informações que podem ameaçar a segurança tanto dos soldados quanto das comunidades locais. De acordo com relatos de indígenas à Agência Pública, o incidente, que ocorreu no final de setembro, é parte de uma série de eventos que vêm gerando preocupação nas comunidades. Eles relataram não apenas a presença de indivíduos desconhecidos na mata, mas também de pelo menos dois drones que realizaram voos sobre diversas aldeias nos últimos dias.

Juventino Pesirima Kaxuyana, liderança indígena, comentou: “Essas pessoas estranhas estão invadindo o território. Eles não chegaram pela trilha usual, mas por trás das aldeias, vindo da fronteira. A comunidade pensava que eram caçadores, mas não eram”. Nos últimos dias, Juventino afirmou ter avistado pelo menos nove pessoas estranhas à região. Em uma aldeia, os indígenas atearam fogo na vegetação para afastar os invasores; durante a confusão, ao menos um deles ficou ferido, mas conseguiu escapar. Alguns voos dos drones ocorreram a menos de 10 km do pelotão do Exército.

“Eles usam roupa camuflada. Um deles é branco. Suspeitamos que sejam traficantes, pois agem de maneira diferente dos garimpeiros. Estamos pedindo proteção do Exército e do governo. Eles se escondem na mata, cientes da presença militar, mas sabemos que, quando o Exército se afastar, eles voltarão. Esse é o nosso medo”, acrescentou Juventino. O PEF, que conta com apoio da Aeronáutica, está localizado ao lado da maior aldeia Tiriyó do Brasil. A área é de difícil acesso, a mais de 400 km de Macapá e cerca de 1.900 km de Belém, sendo acessível apenas por avião ou por trilhas na mata.

No Parque Indígena do Tumucumaque, habitam cerca de 3 mil indígenas de mais de 30 aldeias das etnias Tiryó, Kaxuyana, Wayana, Aparai e Akuriyó, além de dois grupos isolados. A região enfrenta ameaças constantes devido à presença crescente de garimpeiros, especialmente após a descoberta de um veia de ouro a 40 km da fronteira, que levou os indígenas a destruir uma pista de pouso clandestina em 2020.

Em outubro de 2020, o Conselho de Caciques e Lideranças Indígenas enviou uma carta a várias autoridades alertando sobre a proximidade de garimpeiros às aldeias, que incluíam pistas de pouso e equipamentos de exploração.

Exército

O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou, no dia 18 de outubro, a tentativa de derrubar o drone e a presença de pessoas não identificadas nas proximidades do PEF. Em nota, o Exército esclareceu que todas as operações na região do PEF são realizadas em conjunto com a Força Aérea Brasileira e outros órgãos, como a Funai, mantendo comunicação constante com as comunidades locais. A presença do drone é considerada uma potencial ameaça à segurança, levando os militares a tentarem abatê-lo, embora sem sucesso até o momento. O Exército continua monitorando a situação.

O Exército destacou que suas operações são guiadas por normas de conduta que priorizam a proteção civil e minimização de danos colaterais. Felizmente, não houve vítimas ou danos durante o incidente, o que demonstra a eficácia das decisões militares sob pressão. As tropas permanecem vigilantes e prontas para cumprir sua missão na faixa de fronteira, integrando esforços com outras agências e permanecendo disponíveis para a população civil local.

*Todas as informações são da Publica.

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