Autoridades na Holanda estão se preparando para se desculpar formalmente pelo papel dos holandeses no brutal comércio transatlântico de escravos após visitas de uma delegação parlamentar multipartidária e do primeiro-ministro Mark Rutte ao Suriname nos últimos três meses. A informação é da mídia europeia.
Até a visita de Rutte ao Suriname em setembro, os gabinetes liderados por ele e outros primeiros-ministros resistiram vigorosamente aos pedidos de reconhecimento e pedido de desculpas pela escravidão, mas mudaram nos últimos meses na esteira da crescente pressão de grupos de direitos humanos tanto em Holanda e Caribe.
“Por exemplo, a delegação de legisladores que passou vários dias no país da Comunidade do Caribe de língua holandesa em agosto recomendou que um pedido formal de desculpas fosse feito após observar os efeitos persistentes do genocídio na sociedade local. Rutte também disse em seus comentários recentes que talvez tenha chegado a hora de a nação ‘dar o próximo passo’ na conversa sobre o papel dos holandeses na escravidão.
E em um recente discurso no trono, o rei Willem Alexander deu a entender que o próximo ano seria um marco para as relações com o Suriname e outras colônias holandesas antigas ou existentes, observando:
“Se queremos uma sociedade onde não há lugar para racismo e discriminação, onde todos se sintam ouvidos e apreciados, devemos refletir abertamente sobre os capítulos menos agradáveis de nossa história. Não para julgar nossos antepassados pelo prisma dos valores modernos, mas para entender o que nossa história significa para vários grupos e culturas que fazem parte de nossa sociedade. Ao se engajar em um diálogo sobre o passado, o governo espera promover o reconhecimento necessário e ajudar as pessoas a se conectarem umas com as outras. À medida que nos aproximamos do 150º aniversário da abolição da escravatura, no próximo ano, também precisamos reconhecer esta parte da nossa história”, disse o rei.
Todo o alarido político sobre se um pedido de desculpas será feito está firmemente ligado às comemorações do 150º aniversário do fim do tráfico de escravos no próximo ano. Esta é uma das razões pelas quais a delegação do legislador visitou o Suriname e outros países do Caribe este ano para determinar como Haia deve lidar com os crescentes pedidos de desculpas e reparações, ciente de que o 150º aniversário atrairá tais demandas.
No fim de semana, vários meios de comunicação holandeses e internacionais, incluindo o NL Times , Fortune.com, ANP, informaram sobre o movimento iminente do gabinete para lidar com a questão.
