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Historiadora brasileira resgata história esquecida da ocupação da Guiana Francesa por Portugal

Ao chegar ao Rio de Janeiro, em 1808, após a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente D. João declara guerra à França e determina a ocupação da Guiana Francesa. Mais que isso, ele pede a todos os seus súditos que sejam hostis aos franceses, como forma de retaliação.

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Ao chegar ao Rio de Janeiro, em 1808, após a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente D. João declara guerra à França e determina a ocupação da Guiana Francesa. Mais que isso, ele pede a todos os seus súditos que sejam hostis aos franceses, como forma de retaliação.

Essa é uma das hipóteses para a invasão da Guiana Francesa por Portugal apresentada pela historiadora Ivete Machado no livro Une histoire oubliée, la Guyane française sous l’occupation portugaise (1809-1817) (Uma história esquecida, a Guiana Francesa sob a ocupação portuguesa), publicado este ano na França. Ela conta como surgiu o interesse em trazer à tona a história da colônia francesa na América do Sul.

“A história da invasão da Guiana [Francesa] pelos portugueses é pouco conhecida pelos historiadores dos dois lados do Atlântico – franceses, portugueses e brasileiros. Na minha dissertação de mestrado, eu havia trabalhado com a Guiana neste período da ocupação, de 1809 a 1817, mas foquei meu estudo em uma fazenda de especiarias, que era propriedade do governo francês e que se chamava La Gabrielle.

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Enquanto trabalhava na dissertação, vi que havia uma documentação muito rica sobre o período da ocupação e que nunca havia sido analisada por historiadores. Então eu resgatei a Guiana e o período da ocupação portuguesa desse esquecimento”, explica.

Machado conta que existe ainda uma segunda hipótese para explicar o que motivou o interesse de Portugal pela colônia, que é a definição da fronteira entre a Guiana Francesa e o Grão-Pará. Para ela, o Tratado de Utrecht, de 1713, havia definido a fronteira comum no Rio Oiapoque, mas os franceses foram ganhando terreno ao sul até quase o Rio Amazonas.

E Portugal, pressionado pelas Guerras Napoleônicas, havia reconhecido o novo limite. Ao chegar no Rio de Janeiro, o príncipe regente declarou nulos todos os tratados que tinha assinado com a França sobre o estabelecimento da fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil.

“A América portuguesa, que era o Brasil na época, e a Guiana eram colônias de duas potências que estavam em guerra na Europa. E quando a França consegue mudar essa fronteira, com perda de território português, ficou claro que era preciso afastar os franceses da América”, ela continua.

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