Mais de cinco milhões de brasileiros sofrem com o problema, que pode ser agravado por obesidade, sedentarismo e cigarro; cirurgia pode ser solução
Nos últimos dias, famososo diagnosticados com hérnia de disco sofreram com o problema. No domingo (19), o cantor Péricles passou por uma cirurgia. Nesta segunda-feira (20), a cantora Anitta foi proibida de dançar e obrigada a cumprir repouso e fisioterapia.
A hérnia de disco é um problema que ocorre quando os discos cartilaginosos ou vertebrais — pequenas bolsas amortecedoras entre as vértebras da coluna — estouram e soltam o líquido de seu interior, comprimindo as raízes dos nervos.
O anesteseologista Paulo Renato da Fonseca, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), afirma que a hérnia é normal e natural do envelhecimento.
Esse problema, que afeta 5,4 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pode ocorrer por esforço repetitivo, má postura, idade, pré-disposição genética, cigarro, traumas, como uma batida de carro, sedentarismo, uso prolongado de salto alto e obesidade.
As regiões mais afetadas são a lombar, região mais baixa das costas, e a cervical, área do pescoço onde ainda estão as vértebras da coluna. Já hérnias na região toráxica são mais raras de aparecer por se tratar de uma região com menor movimentação, não expondo tanto os discos vertebrais.
O ortopedista Alexandre Fogaça, do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da USP (HCFMUSP) afirma que a hérnia pode ser um problema assintomático, mas que a suspeita é feita a partir dos sintomas, que podem incluir fraqueza muscular, dores locais e que afetam as pernas quando se trata de uma hérnia lombar, ou para os braços, se a hérnia é cervical.
O diagnóstico pode ser feito por ortopedistas, neurologistas e neurocirurgiões, e a confirmação é feita por meio do exame de ressonância magnética, raio-X, histórico da dor e exame físico.
O problema pode ser agudo, com duração máxima de três meses, ou crônico, que tem duração maior que um trimestre, podendo durar até um ano, e inclui tratamentos conservadores, como a fisioterapia, repouso médio, exercícios e correção de postura, associados a medicamentos anti-inflamatórios, receitados por profissionais médicos.
Os exercícios para fortalecimento muscular precisam de orientação de um fisioterapeuta ou de um educador físico, pois o exercício errado pode gerar ou piorar uma hérnia. Fonseca ressalta que o uso de anti-inflamatórios deve ser feito apenas sob prescrição, pois o medicamento pode gerar danos aos rins quando usado indiscriminadamente.
Assim, os tratamentos conservadores diminuem os sintomas e tratam a causa e, com o tempo, o corpo reabsorve o líquido que foi espalhado.
Já os tratamentos cirúrgicos ocorrem em casos de muita dor ao paciente e o sintoma não pode ser controlado com o tratamento conservador e com o tratamento de bloqueio e infiltração, que consiste na aplicação local de anti-inflamatório para diminuir o inchaço do disco, grande fraqueza e quando afetam a região lombar, nos casos de descontrole de urina e fezes. A escolha cirúrgica depende também da idade do paciente e do local onde a hérnia está localizada.
O método cirúrgico varia conforme o local afetado, tendo técnicas específicas para a operação na região lombar e para a região cervical. Entre as maneiras que a cirurgia pode ser relaizada, estão a cirurgia aberta convencional, em que o cirurgião retira a hérnia; A cirurgia endoscópica é uma maneira menos invasiva, sendo realizada com a ajuda de uma camêra de fibra ótica introduzida em um corte mínimo, retirando o fragmento causador da dor.
Fonseca afirma que a hérnia de disco pode ser prevenida por meio de mudança de hábitos, como não fumar, evitar esforços repetitivos, pegar objetos pesados do chão e controle de peso.
Fonte: R7