Jovem e o namorado confessaram que planejaram a morte da empresária em Petrópolis, no RJ.
Dircelene Botelho morreu asfixiada e filha e o namorado são suspeitos do crime — Foto: Reprodução/Facebook
As imagens de uma câmera instalada no quarto da empresária Dircelene Botelho Garcia, de 51 anos, mostram a filha suspeita de ter matado a mãe asfixiada no dia do crime em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
O vídeo foi cedido pela Polícia Civil nesta quarta-feira (10). A câmera foi instalada pelo marido da vítima, padrasto da suspeita, porque o casal desconfiava que Paloma Vasconcelos, de 21 anos estava roubando pertences da mãe dentro do armário. O padrasto descobriu o assassinato depois de ver as imagens.
A jovem e o namorado, Gabriel Molter
A jovem e o namorado, Gabriel Molter, de 26 anos, confessaram o crime em depoimento prestado no sábado (6). Eles foram presos e levados para a penitenciária em Benfica nesta quarta. A mulher foi morta na noite do dia 2 de outubro.
Segundo a polícia, os suspeitos usaram formol para dopar Dircelene. Nas imagens é possível ver o casal mexendo no corpo da vítima inconsciente. De acordo com as investigações, ela foi torturada por 40 minutos até a morte.
Na gravação, a filha aparece com um saco plástico e depois uma seringa na mão. Em seguida, a câmera flagra o namorado puxando a vítima pelas pernas.
Em outro trecho, o homem aparece mexendo no armário. As imagens mostram também o casal de roupas íntimas e usando luvas cirúrgicas, além de ter flagrado a jovem explicando ao namorado como se usa um estetoscópio, aparelho médico usado para escutar os batimentos cardíacos. Segundo a polícia, depois que confirmam a morte, o casal altera a cena do crime.
De acordo com o delegado Claudio Batista Teixeira, quando o marido chega em casa, se depara com a mulher trancada no quarto. Ele entra no cômodo pelo banheiro. Nas imagens, Paloma aparece acompanhando o padrasto e fala ao celular. Logo o Samu chega e tenta reanimar a vítima, mas acaba atestando a morte por causa indeterminada.
O casal foi indiciado e vai responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e dissimulação.
Carta para a mãe
A Polícia Civil encontrou uma carta dentro de um caderno no quarto de Paloma. Um dos trechos diz:
“Você podia ter abortado, mas preferiu ter me criado com falta de seu amor materno. Você não sabe a falta que me faz”.
De acordo com Claudio Batista, a carta “anuncia um sofrimento por achar que não tinha um tratamento que gostaria de ter por parte da mãe”.
Entenda o caso
O laudo da exumação do corpo aponta que Dircelene morreu por asfixia mecânica por sufocação direta.
Vivian Andrade, advogada do viúvo da vítima, disse à Inter TV que toda a motivação do crime foi patrimonial.
“Não seria justo com a família que a autora do crime ficasse com os bens da vítima. Posteriormente, meu cliente vai abrir mão de toda herança em favor dos pais da vítima. O interesse dele não é algum pelos bens”, afirmou.
Já Carlos Andrade, advogado criminal que atua como assistente no caso, disse que existia um “conflito pequeno” entre mãe e filha.
“Nos últimos seis meses, a mãe cobrava da filha uma postura em relação ao trabalho e a filha se negava. E também não aceitava o namorado da filha porque ele também não tinha essa postura e estava proibido de entrar na casa. Mas nós entendemos que isso não é um motivo para o crime”, explicou.
O G1 tenta contato com o pai de Paloma, que é advogado e responsável pela defesa da jovem.