MIRADOR (MA) E PARAMARIBO – Thaissa Rita Moreira de Lucena, a única irmã de Riselda Lucena, conversou com a reportagem do LPM News nesta sexta-feira, dia 27, sobre o assassinato brutal que chocou o Suriname na última semana. Ela, a mãe, parentes e amigos esperam pelo corpo neste sábado, dia 28, para o funeral na cidade de Mirador, no Maranhão. O traslado do corpo, estimado em 45 mil reais, foi custeado por amigos nos dois países, incluindo políticos.
Ainda sem entender o que teria motivado a morte da irmã, Thaissa explicou que começou a desconfiar que algo estava errado quando uma mensagem de texto, proveniente do celular pessoal de Riselda, foi enviada para a mãe informando que ela estaria a caminho do aeroporto para viajar até Belém. “Ela não tinha o hábito de enviar mensagens escritas porque minha mãe não sabe ler. E essa mensagem chegou às 5h30 da manhã de segunda para terça-feira”, explicou.
Com o sinal de alerta ligado, Thaissa contou que tentou entrar em contato com Riselda após a mensagem suspeita, mas sem sucesso. Já na quarta-feira, o então companheiro de sua irmã, principal acusado do crime, entrou em contato com um primo da vítima, afirmando que o casal havia brigado. “Ele disse que haviam discutido e que ela tinha ido para o aeroporto às quatro da manhã. Depois, disse que ela tinha voltado por um mato (região de garimpo)”, detalhou.
As informações desencontradas aumentaram a desconfiança da família de Riselda, que, então, intensificou as buscas pelo paradeiro da brasileira. “Depois disso, tomamos providências com pessoas próximas, com a Embaixada do Brasil em Paramaribo e de outras maneiras também”, disse Thaissa. Até que as esperanças acabaram com a notícia de que um corpo havia sido encontrado. “E esse corpo era dela (de Riselda). Eu não consegui ver fotos, ver nada…”, completou.
HISTÓRICO DO CASO
- Brasileira é assassinada brutalmente no Suriname
- Corpo de brasileira será enterrado no Maranhão
- Irmão do principal suspeito fala com exclusividade sobre o crime
- Corpo da brasileira vai para o Panamá antes de seguir para o Brasil; entenda
- Cadela de Riselda permanece na casa onde a brasileira foi assassinada
Riselda Moreira, 36 anos, morava no Suriname há 20 anos e tinha três filhos: um de 18 anos, outro de 17 e o mais novo, de cinco. Por eles e pela família, ela sempre ia ao Maranhão vê-los. “A última vez que ela esteve no Brasil foi por conta do filho mais novo, que estava com a perna quebrada. Agora, eles (os filhos) estão calados e, claro, tristes. Estão muito abalados com tudo o que aconteceu. Nossa mãe não sabe nem o que fazer. Perder uma filha não é fácil.”
Relação com o acusado
Riselda trabalhava com vendas de vários produtos no Suriname e teria conhecido o acusado do crime há três meses. “Ela disse que tinha conhecido um rapaz no garimpo e que ele era gente boa”, disse Thaissa. O plano de se mudarem para o Brasil e construírem uma vida nova era, na verdade, uma mentira, segundo a família. “Ele nunca teve esse plano, na verdade. Não sabemos o porquê de tanta crueldade. Minha irmã era amiga. Ajudava todo mundo”, completou.
Thaissa também desmentiu a informação de que cerca de seis mil dólares teriam sido roubados de Riselda. “Essa história de dinheiro em mãos é mentira. Ela só tinha joias e uma conta bancária. Ela usava aplicativo. E acho que ele pode ter roubado esse dinheiro dela. Até agora, não sabemos das joias. Soube também que, na segunda-feira, uma mulher tinha mandado 30 gramas de ouro e ele (o acusado) foi buscar. Nenhuma autoridade do Suriname nos falou alguma coisa”, revelou.
Thaissa comentou a entrevista de André das Passagens, irmão do principal suspeito de ter cometido o crime. Ela e sua família não acreditam em sua inocência. “Acho que ele tem toda a culpa. Ele está envolvido no crime. Primeiro, houve a suspeita. Ele não sabia onde estavam as joias. Depois, já achou as joias. Ele se contradiz em vários momentos durante o depoimento. Queremos justiça. Esperamos em Deus que eles paguem pelo crime”, concluiu.