País assumiu a liderança pela primeira vez desde 1975, com a produção impulsionada pelo óleo de xisto.
Os Estados Unidos se tornaram o maior produtor de petróleo do mundo pela primeira vez desde 1975, ultrapassando a Arábia Saudita, graças ao óleo de xisto. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pela companhia de petróleo britânica BP. A empresa apresentou também dados sobre a produção mundial de petróleo, afirmando que a oferta da commodity nunca cresceu tanto como no ano passado, com avanço de 2,1 milhões de barris por dia. Este aumento é explicado, principalmente, pelo crescimento de 1,6 milhão de barris por dia de produção americana. A produção de petróleo cresceu 15,9% nos Estados Unidos no ano passado, enquanto a do Brasil avançou 2%, mostra a BP.
Segundo o relatório, esta é a primeira vez que um país consegue aumentar sua oferta em mais de 1 milhão de barris por dia durante três anos consecutivos. “Os Estados Unidos ultrapassaram a Arábia Saudita e a Rússia como o principal produtor de petróleo pela primeira vez desde 1975”, disse Bob Dudley, diretor executivo da BP. “As implicações da revolução de xisto americano são profundas”, disse ele.
Um exemplo dessas mudanças é o fato de os Estados Unidos terem reduzido significativamente suas importações, a ponto de ceder à China o lugar de maior importador. Isso ocorre apesar da desaceleração econômica que fez a demanda chinesa cair a apenas 2,6% em 2014, muito menos do que a média anual de 6,6% nos últimos 10 anos.
Xisto – Para produzir petróleo a partir das rochas de xisto é preciso submeter o mineral a processos químicos e de alta pressão. A técnica de extração envolve a injeção de água sob alta pressão e perfuração em rochas localizadas a entre 1.500 a 2.400 metros de profundidade (por meio da técnica de fraturação hidráulica), e é criticada por ambientalistas por ser altamente poluente.
A revolução do xisto fez com que o petróleo obtido dessa forma representasse, no ano passado, 29% da produção total de petróleo nos Estados Unidos e, no caso do gás, 40%. Tal aumento fez com que o preço do gás norte-americano ficasse cinco vezes menor que o do brasileiro.
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Fonte: Veja