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Entenda como barco que desapareceu em Fernando de Noronha pode ter chegado até o Suriname/Guiana Francesa

Engenheiro de pesca e capitão de barcos apontam fatores que podem explicar como barco, que sumiu em 27 de maio sem tripulação, pode ser encontrado tão distante da ilha.

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O barco de turismo Maria Bonita VI sumiu em Fernando de Noronha ao se desprender da boia no dia 27 de maio e foi encontrado Guiana Francesa mais de um mês depois, segundo a Marinha. A localização da embarcação surpreendeu experientes navegadores que moram em Noronha, que analisaram fatores que podem explicar como o barco viajou mais de 2 mil quilômetros sem tripulação.

Para eles, o vento, a estrutura física da embarcação e a corrente são fatores que contribuíram para o deslocamento. O engenheiro de pesca Léo Veras explicou que o barco deve ter sido levado pela corrente equatorial. “O sistema de corrente equatorial sul está muito forte. A corrente que vem da África para a América do Sul está acelerada. Próximo ao Ceará, a corrente pega impulso para o norte”, disse Veras, que além de pesquisador, tem duas embarcações”.

A aceleração das correntes é um fenômeno que acontece ao longo do ano, mas, segundo o engenheiro de pesca, em 2021, está mais forte que o habitual. Com 49 anos de experiência no mar, o radioamador e capitão de embarcação Carlos Marenga afirmou ter ficado surpreso ao saber da identificação do barco em um ponto tão distante. “O normal é que as embarcações à deriva de Noronha sejam encontradas na costa brasileira, até o Ceará”, disse.

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Marenga é conhecido na ilha por apoiar o resgate a embarcações e náufragos, localizando também barcos à deriva. Por conhecer bem as correntes marítimas da região, ele auxilia nas buscas e faz o contato com as embarcações que podem estar próximas. Além disso, ele também trabalha como profissional especializado no translado de barcos para Noronha, como capitão de mar.

Para Marenga, o motivo do Maria Bonita VI, que estava sem tripulação, ter ido tão longe está ligado ao vento do dia e também ao tipo de construção da embarcação. “No dia que sumiu a velocidade do vento era de 25 nós [45 quilômetros por hora], o que é um vento muito forte”, contou.

“O Maria Bonita VI é um barco que tem um costado [borda onde a pessoa pode encostar] e uma cabine altos. Isso funcionou como uma espécie de vela. O vento empurrou a embarcação, que pegou a corrente que levou até a região da Guiana Francesa e Suriname”, declarou Marenga.

Veras concordou com a análise de Marenga, apontando que a soma dos ventos e corrente com a configuração do barco, ajudam a explicar como o Maria Bonita chegou até a Guiana Francesa mesmo sem ter ninguém dentro. A embarcação estava fundeada no Porto de Santo Antônio e acabou soltando-se da boia, ficando à deriva desde 27 de maio. Em nota, a Marinha explicou que soube em 30 de junho que o barco foi localizado a mais de 230 quilômetros da costa da Guiana Francesa.

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