Moeda americana sobe com investidores preocupados com o cenário político e econômico do país e a expectativa de aumento na taxa de juros dos Estados Unidos.
O dólar voltou a operar em forte alta nesta segunda-feira, em meio às incertezas no cenário político e econômico do país e à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai aumentar os juros do país ainda neste ano. A moeda americana chegou a abrir com uma leve queda, mas logo depois passou a subir, atingindo a máxima de 3,984 reais.
Por volta das 10h30, a moeda americana avançava 0,52%, a 3,97 reais.
Logo cedo, o dólar e os juros dos Treasuries (Tesouro americano) subiram fortemente, após o presidente da distrital do Fed em Saint Louis, James Bullard, afirmar, em entrevista à emissora CNBC, que já estava na hora de elevar os juros nos Estados Unidos e que há um “forte argumento” a favor disso. Outros dirigentes regionais discursaram no fim de semana nessa mesma linha. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países emergentes, como o Brasil.
A confirmação pelo IBC-Br de julho (-0,02%) de que a atividade está contraindo – ainda que menor que a mediana protejada por analistas – também está no radar do mercado.
A alta do dólar acontece mesmo depois de o Banco Central fazer uma nova intervenção no mercado de câmbio. “A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de 4 reais em curtíssimo prazo.
A instituição anunciou na noite de sexta-feira, quando o dólar fechou o dia a 3,95 reais, que fará no pregão de hoje leilão de venda de até 3 bilhões de dólares com compromisso de recompra. A operação se deu em duas etapas: entre 10h20 e 10h25, ofertando contratos com data de recompra em 4 de abril de 2016; e entre 10h40 e 10h45, com data de recompra em 5 de julho de 2016. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não é para rolagem de uma linha já existente. Trata-se da quarta intervenção desse tipo desde 31 de agosto.
Apesar da intervenção, os investidores estão optando pela cautela, principalmente diante da expectativa de uma semana bastante movimentada, com votações no Congresso de medidas do ajuste fiscal e a perspectiva de rebaixamento da nota de crédito por outras agências de risco, além da Standard and Poor’s.
“Não esperamos qualquer choque positivo à confiança ou reversão da situação de baixo crescimento e baixa confiança dos investidores”, escreveu a estrategista para a América Latina do banco Jefferies, Siobhan Morden, em nota a clientes.
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Fonte: Veja