A rainha vai ultrapassar nesta quarta-feira os 63 anos, 7 meses, 2 dias, 16 horas e 23 minutos de reinado da sua tataravó, a rainha Victoria. Abdicação não faz parte dos planos.
A rainha Elizabeth II, que subiu ao trono com apenas 25 anos quando seu país lutava para se recuperar da devastação provocada pela II Guerra Mundial, faz história nesta quarta-feira ao se tornar a monarca com o reinado mais longo da Grã-Bretanha. Por volta das 17h30 de Londres (13h30 em Brasília), Elizabeth, que agora com 89 anos também é a monarca mais velha do país, vai ultrapassar os 63 anos, 7 meses, 2 dias, 16 horas e 23 minutos de reinado da sua tataravó, a rainha Victoria.
Apesar do recorde histórico, a monarca não quer festa e informou aos seus assessores que não vai alterar sua agenda diária em função da data especial. Apesar dos apelos da rainha, a Marinha britânica vai homenageá-la com um desfile no rio Tâmisa, que corta Londres, e outras comemorações estão marcadas pelo país. No Parlamento britânico, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, também fez homenagens à rainha. “Nos últimos 63 anos, Sua Majestade tem sido uma rocha de estabilidade em um mundo de constante mudança e seu sentido altruísta de serviço e dever ganhou admiração não só na Grã-Bretanha, mas em todo o mundo”, disse Cameron.
Abdicação – As pessoas próximas de Elizabeth, dizem que ela não tem intenção de sucumbir à abdicação, abrindo mão do reinado para passar o trono para seu filho Charles, o primeiro na linha sucessória. Com isso, o príncipe Charles, de 66 anos, já detentor do recorde britânico de herdeiro ao trono pelo período mais longo, terá de esperar mais tempo ainda até se tornar rei.
O marco de ultrapassagem da rainha Vitória provocou especulações sobre se Elizabeth poderia deixar o trono. Quando perguntada se abdicação era uma possibilidade, uma fonte de alto escalão do palácio disse à agência Reuters: “A vida significa literalmente a vida”. O assessor referiu-se ao discurso de posse de Elizabeth, em 1947. “Eu declaro diante de todos vocês que toda a minha vida, seja ela longa ou curta, será dedicada a seu serviço e ao serviço da nossa grande família imperial”, disse ela.
As conotações religiosas da coroação britânica são profundamente simbólicas para Elizabeth, que, como rainha, é a chefe suprema da Igreja Anglicana. “A rainha não vai abdicar, ela não deve abdicar, não há absolutamente nenhuma razão para ela abdicar e, na verdade, constitucional e religiosamente, ela não pode abdicar: ela é uma rainha ungida”, disse o historiador real Hugo Vickers. Margaret Rhodes, prima da rainha e amiga desde a infância, também acredita que ela nunca vai romper seu compromisso com a nação.
Na Grã-Bretanha, no entanto, há poucos pedidos de abdicação de Elizabeth e nem sequer algum clamor para que Charles seja rei. Na realidade, pesquisas indicam que o oposto: a rainha é muito popular e Charles não é tão amado. Em uma sondagem feita em abril, 53% dos britânicos disseram que gostavam dele em comparação com 77% que gostam da rainha.
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Fonte: Veja