Moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 3,88, após Estados Unidos ameaçarem impor novas tarifas sobre produtos chineses
O dólar saltou mais de 2% e voltou a se aproximar do patamar de R$ 3,90 nesta quarta-feira (11) em meio ao ambiente de aversão ao risco no exterior, depois que os Estados Unidos ameaçaram adotar novas tarifas sobre produtos da China, enquanto investidores seguiram atentos a possível atuação extraordinária do Banco Central.
O cenário de maior cautela endossou também um movimento de correção após a moeda norte-americana acumular perdas de quase 3,5% nos dois pregões passados.
O dólar avançou 2,2%, a R$ 3,8811 na venda. O dólar futuro subia cerca de 1,65% no final da tarde.
“A busca por risco observada nos últimos dias sofre sério revés [em escala global] após [o presidente dos EUA] Donald Trump voltar a engrossar o tom em termos de guerra comercial”, apontou a corretora H.Commcor em relatório.
O governo norte-americano elevou as tensões na disputa com Pequim ao ameaçar impor tarifas a uma lista de US$ 200 bilhões em importações chinesas, medida que atingiu os ativos de maior risco do mundo todo.
Na sequência, a China acusou o país de intimidação e alertou que vai responder, chamando as ações dos EUA de “completamente inaceitáveis” e dizendo que precisa contra-atacar para proteger seus interesses.
No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas e subia frente algumas moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
“Difícil prever o desfecho dessas tensões, mas acreditamos que há uma perda de dinamismo global, fluxos de capitais menos intensos, com correção de preços dos ativos e uma possível ‘guerra cambial’. Efeito sobre confiança e decisões de investimentos também tende a ser negativo”, escreveu a equipe de economistas do banco Bradesco em relatório.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de US$ 14,023 bilhões.
Com isso, rolou o equivalente a US$ 4,9 bilhões do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para este pregão, por enquanto.
Bolsa
O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, pressionado pelo viés negativo nos mercados globais, após os EUA ameaçarem implementar mais tarifas sobre importações chinesas, reavivando os temores que tinham arrefecido nos últimos pregões sobre uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
De acordo com dados preliminares, o principal índice da bolsa paulista encerrou em baixa de 0,49%, a 74.496 pontos. O volume financeiro somava R$ 9,3 bilhões.
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Fonte: R7