Na semana passada, o dólar acumulou avanço de 4,86%. No mês, a valorização é de 9,36% e, no ano, de 23,88%.
O dólar opera em queda na manhã desta segunda-feira (27), retornando para o patamar de R$ 4,05, após ter acumulado valorização de quase 5% sobre o real na última semana, monitorando o cenário externo e o noticiário sobre a cena eleitoral local.
Às 12h05, a moeda norte-americana caía 1,16%, vendida a R$ 4,0569. Na abertura, chegou a subir e bateu R$ 4,1164. O dólar turismo era negociado a R$ 4,26, sem considerar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
Na sexta-feira, o dólar encerrou o pregão em queda de 0,42%, a R$ 4,1047. Na semana, porém, teve alta de 4,86%. No mês, a valorização é de 9,36% e, no ano, de 23,88%.
À espera de novidades na corrida eleitoral, os investidores também acompanham o cenário internacional, em dia de recuo do dólar ante a cesta de moedas após o chairman do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, ter mantido na sexta-feira o discurso de gradualismo para a política monetária norte-americana, destaca a agência Reuters. Desta forma, segue a avaliação de duas novas altas nos Estados Unidos até dezembro.
Também ajudava no humor um iminente acordo entre EUA e México sobre o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), o que favorecia o avanço do peso mexicano ante o dólar.
Novo patamar e perspectivas
A disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.
Outro fator que pressiona o câmbio é a perspectiva de elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.
A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado irá ficar testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 avançou de R$ 3,70 para R$ 3,75 por dólar, segundo boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,70 por dólar.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Fonte: G1