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Dólar fecha a R$ 3,29, maior cotação desde março

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Moeda dos EUA terminou o dia em alta de 2,17%, negociada a R$ 3,2958. Corte na meta fiscal alimenta temor de perda de grau de investimento.

O dólar avançou mais de 2% nesta quinta-feira (23), fechando acima de R$ 3,29, na maior em quatro meses, após o corte nas metas fiscais do governo alimentar temores de que o Brasil pode vir a perder seu valioso grau de investimento.

A moeda norte-americana terminou o dia em alta de 2,17%, negociada a R$ 3,2958 na venda. É a maior cotação desde 19 de março, quando o dólar fechou em R$ 3,2965. Veja cotação.

Na máxima da sessão, o dólar chegou a atingir R$ 3,2998.
Na semana e no mês, a moeda acumula alta de 3,19% e 6,01%, respectivamente. No ano, há valorização de 23,96%.

Medo do rebaixamento
O mercado teme que o país, depois do esperado rebaixamento pelas agências de avaliação de risco Moody’s e Fitch, receba perspectiva negativa de alguma delas. Com isso, ficaria na iminência de perder seu cobiçado grau de investimento.

“Cresceu significativamente a chance de o Brasil perder o grau de investimento. Talvez isso demore, mas a chance é alta”, disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

A Moody’s deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve após visita ao país na semana passada.

A agência de classificação de risco Austin Rating anunciou nesta quinta-feira (23) que rebaixou a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de “BBB-” para “BB+”. Com isso, o país perdeu o grau de investimento – espécie de selo de bom pagador e “porto seguro” para investidores – pelos parâmetros desta escala.

A Fitch Ratings informou nesta quinta que irá reavaliar as tendências fiscais do Brasil, ponto importante para sua decisão sobre se rebaixará o rating de crédito do país, após o governo cortar a meta se superávit primário.

Novas metas
Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para R$ 8,747 bilhões, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 66,3 bilhões, ou 1,19% do PIB, previstos até então.

Além disso, foi incluída uma cláusula de abatimento da meta fiscal em até R$ 26,4 bilhões, caso ocorra frustração em três medidas lançadas pelo governo para aumentar a arrecadação. Ou seja, há o risco de o governo não conseguir o superávit em 2015, e sim déficit primário, embora o governo avalie como “pouco provável”.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente.

O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

‘Derrota’ para Levy
Operadores entenderam que a decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seus esforços para reequilibrar as contas públicas brasileiras.

“Se parecer que o Levy vai continuar perdendo as batalhas, o mercado vai começar a colocar no preço a possibilidade de ele sair do governo, e aí sim o dólar explode”, disse à Reuters o operador de um importante banco internacional.

Um fator importante para determinar os próximos passos da divisa é a postura do Banco Central em relação a suas intervenções no câmbio e expectativas de que ele, eventualmente, possa elevá-las, destaca a Reuters.

A expectativa é que o BC anuncie em breve a rolagem dos contratos de swap cambial, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, correspondentes a US$ 10,027 bilhões.

O BC não tem rolado integralmente os contratos que vencem, sinal lido pelo mercado de que a autoridade monetária estaria disposta a tolerar o dólar mais elevado mesmo com a inflação pressionada, em meio ao cenário de fraca atividade econômica.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, já rolou o equivalente a US$ 4,804 bilhões, ou cerca de 45% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

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Fonte: G1

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