Nos dois pregões anteriores, o dólar havia acumulado quase 2% de valorização ante o real, saindo do patamar de 3,20 reais para 3,27 reais
A volta do Banco Central ao mercado de câmbio e um movimento de correção fizeram o dólar recuar nesta sexta-feira, de volta ao patamar de 3,25 reais, mas fechou a semana com valorização em meio a preocupações com a capacidade do governo de conseguir apoio político para tirar a reforma da Previdência do papel.
O dólar recuou 0,46 por cento, a 3,2567 reais na venda, depois de bater 3,2486 reais na mínima do dia. Na semana, no entanto, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,75 por cento, interrompendo sequência de três semanas em queda.
O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.
“O dólar pode ir acima de 3,30 reais se a reforma for adiada ou o governo jogar a toalha”, afirmou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares.
Só nos dois pregões anteriores, o dólar havia acumulado quase 2 por cento de valorização ante o real, saindo do patamar de 3,20 reais para 3,27 reais.
O noticiário ficou mais negativo nesta semana, diante da dificuldade do governo de conseguir o apoio necessário para colocar em votação o texto da reforma em breve.
Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que ainda faltavam muitos votos para atingir os 308 necessários para passar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) na Casa.
Para tentar reverter esse quadro, o presidente Michel Temer vai se reunir no sábado com o governador de São Paulo e provável futuro presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, para tratar do apoio dos tucanos à matéria. No dia seguinte, o presidente será o principal convidado de um jantar, a ser promovido por Maia com líderes e presidentes de partidos em busca de apoios.
O movimento de queda do dólar nesta sessão também veio pela atuação do BC, que retomou os leilões de swap cambial –equivalentes à venda futura de dólares. Nesta manhã, vendeu toda a oferta integral de até 14 mil contratos (ou 700 milhões de dólares) e, se mantiver esse ritmo, conseguirá rolar todo o vencimento de janeiro, que soma 9,638 bilhões de dólares.
O BC não atuou no mercado nos dois últimos meses porque não havia vencimentos de swap. Em setembro, quando fez a última atuação, o BC rolou apenas 6 bilhões de dólares do total de 9,975 bilhões de dólares vencendo no mês seguinte.
“O fato de o BC voltar ao mercado rolando swap ajuda a suavizar a cotação. Há atuação dos exportadores desovando suas operações”, afirmou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.
Fonte: G1