Família falou sobre tensão na estrada de Orlando para Atlanta e dificuldades para encontrar água e gasolina.
a tentativa de fugir do furacão Irma, que já deixou pelo menos 25 mortos no Caribe, uma família de roraimenses dirigiu por 15 horas nesta sexta-feira (8) de Orlando, na Flórida, até Atlanta, no estado de Georgia. A família falou com sobre os momentos de tensão que vivem nos Estados Unidos: “Não tem outra palavra para descrever: é caos”, disse a servidora pública Valéria Barros, de 26 anos.
Valéria está de férias nos EUA desde 27 de agosto com o esposo, a filha de 2 anos e a mãe. Ela contou que a família estava em Orlando e na madrugada de sexta resolveu ir para Atlanta para tentar fugir da tempestade que é considerada um dos furacões mais fortes registrados no Atlântico no último século.
Ela contou que o clima na Flórida é tenso.
“Nosso hotel em Orlando nos deu recomendações. Disseram que iriam retirar todos os objetos que pudessem voar dos quartos, até os sofás. Eles também iam dar luzes de emergência. Então resolvemos ir embora”, relatou Valéria.
A família acompanha as notícias sobre o clima através da mídia local.
“Saímos do hotel na Flórida às 8h20 e chegamos em Atlanta às 23h30 na sexta. Normalmente essa rota é feita em seis horas”, disse, acrescentando que foi na estrada que a família percebeu a dimensão do que estava acontecendo no país.
“Tinham muitos carros saindo de Orlando. Na estrada indo para Orlando só passavam carros de socorro, muitos caminhões com mantimento. Muitas, muitas ambulâncias”, disse Valéria.
A servidora afirmou que várias pessoas que fugiam do furacão em Miami, onde o impacto do Irma deve ser maior, já estavam em Orlando e que a cidade estava cheia. “Não tinha mais água nos supermercados”.
Na estrada em direção ao estado da Geórgia centenas de carros trafegavam e os postos de gasolina tinham ‘filas quilométricas’.
Segundo Valéria, a cidade de Atlanta está recebendo um grande número de pessoas que fogem do Irma. Ela contou que nos hotéis já não há mais vagas.
“Na estrada vimos muito brasileiros quando a gente parava para comer. Aqui em Atlanta os hoteis não tem mais vagas. É toda hora chegando gente, carros, malas”. A previsão é que a tempestade chegue em Geórgia na segunda-feira (4), com uma intensidade menor.
“Como não somos acostumados com isso a gente estava muito tranquilo, mas vendo tudo o que é divulgado, todos os cuidados que eles têm, a gente ficou muito apreensivo. A sensação de insegurança é muito grande”, afirmou.
Com a passagem de volta para o Brasil marcada para a terça-feira (12), a volta ainda é incerta. “Temos que esperar tudo isso passar para a gente saber se vai conseguir voltar ou não”.
Fonte: G1