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quinta-feira, 30 janeiro, 2025

Diretor da Polícia Federal critica tratamento dado a brasileiros deportados dos Estados Unidos: ‘não são presidiários’

Andrei Rodrigues, questiona o uso de correntes e algemas em brasileiros deportados dos EUA, ressaltando que não há justificativa para tal tratamento.

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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, expressou sua indignação ao tratamento dado aos brasileiros deportados dos Estados Unidos, que chegaram ao Brasil acorrentados e algemados. Em uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no último domingo (26), Rodrigues disse que os deportados “não são presidiários” e devem ser tratados com dignidade.

“Não há justificativa para pessoas que não são presidiárias, que não oferecem risco nenhum, que estavam em solo nacional serem tratadas dessa maneira”, disse Rodrigues.

Durante a entrevista, Rodrigues destacou que, historicamente, brasileiros deportados nunca haviam sido recebidos dessa maneira e que a situação atual reflete uma falta de cuidado com os cidadãos brasileiros. O diretor mencionou a importância de respeitar a soberania nacional e os procedimentos de segurança durante o voo, mas ressaltou que a Polícia Federal avalia “caso a caso” a necessidade do uso de algemas em repatriados.

ENTENDA O CASO

No último sábado, um avião com brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou em Manaus. Ao tomar conhecimento da situação, a Polícia Federal impediu que as autoridades americanas continuassem a viagem com os brasileiros algemados até Minas Gerais. A situação levou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a informar o presidente Lula sobre o desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros. Como resposta, o presidente ordenou a mobilização de uma aeronave da Força Aérea Brasileira para transportar os brasileiros ao destino final.

Os brasileiros deportados relataram agressões por parte de agentes americanos durante o voo e dificuldades para acesso a serviços básicos, como ir ao banheiro e se alimentar. A Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar as denúncias e está coletando depoimentos dos deportados para decidir sobre a abertura de um inquérito.

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