spot_img
spot_img

Denúncia do MP-RJ diz que grupo de Garotinho era como ‘organização criminosa’ e até usava armas de fogo para obter vantagens

Atualizado há

Investigação do MP-RJ e da PF apontou que esquema de contratos fraudulentos eram firmados com empresas para repassar dinheiro para campanhas eleitorais de Anthony Garotinho e seu grupo político.

s nove mandados de prisão e 10 de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro, cumpridos na manhã desta quarta-feira (22) foram emitidos a partir de uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que aponta um esquema de contratos fraudulentos firmados entre empresas para repassar dinheiro para campanhas eleitorais de Anthony Garotinho e seu grupo político.

Anthony Garotinho foi preso no apartamento da família no Flamengo, na Zona Sul do Rio, e levado para a sede da Polícia Federal onde ficou até às 11h, quando ele foi levado para o IML para exame de corpo de delito. Ele saiu da sede da PF sob gritos de “bandido” e “corrupto” de populares que estavam na porta da instituição. Rosinha Matheus foi detida em Campos dos Goytacazes, no norte do RJ.

As investigações apontaram que Garotinho cobrava propina de empresários em licitações da Prefeitura de Campos e depois cobrava dinheiro para que os contratos fossem honrados. Eles são acusados de corrupção, organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.

Segundo Ministério Público, após ser pressionado por Garotinho, Antonio Carlos (presidente do Partido Republicano) pediu que a JBS conseguisse mais R$ 4 milhões para a campanha, ficando combinado, por fim, o pagamento de mais R$ 3 milhões, dinheiro oriundo de propina, para selar apoio do PR ao PT e ao PMDB, dinheiro que foi destinado, segundo o MP, a outra conduta ilícita, que era custear despesas do grupo político de Garotinho sem a devida declaração nem comprovação.

“Durante as investigações, a PF e o Ministério Público Estadual identificaram elementos que apontam que uma grande empresa do ramo de processamento de carnes firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé/ RJ para prestação de serviços na área de informática”, destacou o documento do Ministério Público que pediu a prisão dos ex-governadores. A empresa, no caso é a JBS.

A realização de serviços, no caso, era apenas uma fachada para negócios irregulares. “Suspeita-se que os serviços não eram efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria apenas para o repasse irregular de valores para a utilização nas campanhas eleitorais”, afirmou o pedido.

Os promotores do MP-RJ afirmaram ainda que, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2016, período em que Rosinha Matheus ocupou o cargo de prefeita de Campos dos Goytacazes, os envolvidos na denúncia “associaram-se em organização criminosa, inclusive com o emprego de arma de fogo, de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens financeiras, inclusive sob a forma de doações eleitorais”.

Prefeito de fato

Ainda de acordo com o Ministério Público, Anthony Garotinho exercia um cargo de comando desta organização criminosa, enquanto Antônio Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como “Toninho”, era o braço armado do grupo. De acordo com a denúncia, empresários informaram à Polícia Federal que o ex-governador cobrava propina nas licitações da Prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados.

Segundo o documento, Garotinho determinava ou vetava pagamentos às empresas contratadas, agindo como prefeito de fato, com a concordância da prefeita eleita nas urnas, sua esposa.

“Assim, tinha o primeiro denunciado Anthony, poder de subjugar as empresas e seus sócios aos seus comandos, de modo que a não contribuição para campanhas eleitorais poderia ensejar prejuízos em relação aos legítimos direitos da empresa, principalmente em relação ao recebimento de valores devidos pelo Município”, explica o documento do MP-RJ.

Em novembro do ano passado, o ex-governador foi preso em outro processo, acusado de chefiar um esquema de pagamento de R$ 11 milhões no programa social “Cheque Cidadão”em troca de votos. Depois da prisão, Anthony Garotinho passou mal e foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Na ambulância, ele resistiu a transferência para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Depois de oito dias preso, ele foi solto por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Em setembro deste ano, o Garotinho foi preso novamente por causa do programa Cheque Cidadão. Ele foi levado pela polícia quando apresentava o programa “Fala, Garotinho”, na Rádio Tupi e cumpriu prisão domiciliar em Campos por 15 dias, até ser liberado pela justiça eleitoral.

Nesta ação, Anthony Garotinho já tem uma condenação em primeira instância de nove anos, 11 meses e 10 dias de prisão.

Garotinho divulgou uma nota oficial em que atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que diz estar sofrendo. Ele afirmou que nem ele e nem nenhum dos acusados cometeu crime algum. Ele reforçou que a operação de hoje não tem relação alguma com a Lava Jato.

O PR ainda não se manifestou sobre as prisões. O RJTV não conseguiu contato com os outros citados na reportagem.

Fonte: G1

Comentar

Comentar

spot_img
spot_img
spot_img

Mais do LPM

spot_img
Custom App
Phone
Messenger
Email
WhatsApp
Messenger
WhatsApp
Phone
Email
Custom App