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Delegado diz que tio assumiu ‘informalmente’ abusos contra menina de 10 anos

Homem ainda será ouvido formalmente no Espírito Santo nesta terça-feira (18). Sobrinha engravidou e gestação foi interrompida por determinação da Justiça.

Atualizado há

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O tio suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha de 10 anos em São Mateus, no Espírito Santo, confessou o crime informalmente aos policiais durante a prisão realizada na madrugada desta terça-feira (18) em Betim, Minas Gerais.

A informação foi passada pelo delegado Ícaro Ruginski Borges Nascimento, responsável pela Superintendência de Polícia Regional Norte, em coletiva de imprensa na manha desta terça.

“Informalmente, aos policiais, ele afirmou que realmente possuía uma intimidade com a menina e cometeu abusos contra ela”, disse.

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O preso ainda será ouvido formalmente nesta terça na delegacia. Ele chegou ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória no início da tarde desta terça.

“A investigação já foi concluída, mas ainda vamos fazer os procedimentos finais, incluindo o interrogatório deste indivíduo”, explicou o delegado.

O suspeito foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça e estava foragido desde a última semana.

O homem também já tinha passagem criminal por tráfico de drogas e esteve preso entre 2011 e 2018.

Segundo a Polícia Civil, o homem de 33 anos não resistiu à prisão e foi localizado em Minas após um trabalho de inteligência.

Ele estava na casa de parentes. Os policiais conseguiram o contato dele e negociaram a entrega. Os agentes saíram de Vitória na segunda e foram a Betim fazer a prisão.

O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Alexandre Ramalho, explicou em coletiva de imprensa que os avós têm a guarda da criança porque a mãe dela morreu e o pai está preso.

O crime

A gravidez foi revelada no dia 7 de agosto, quando a menina foi ao hospital em São Mateus se queixando de dores abdominais. A menina relatou que começou a ser estuprada pelo próprio tio desde que tinha 6 anos e que não o denunciou porque era ameaçada.

A criança passou por um procedimento e interrompeu a gestação em Recife (PE) nesta segunda (17). Ela estava na unidade desde domingo (16), quando iniciou o processo. O procedimento foi concluído por volta das 11h e a menina passa bem.

Junto com a alta médica, a menina vai levar um documento para ser entregue ao Ministério Público do Espírito Santo com recomendações de medidas protetivas para que ela possa seguir a vida com segurança.

O documento recomenda que ela mude de endereço e receba uma nova identidade pra ter a chance de recomeçar.

O documento é assinado pela coordenadora do Pró-Marias, o programa de atenção a mulheres e adolescentes em situação de violência sexual e doméstica.

Prova material

Após o procedimento, equipes da Polícia Científica de Pernambuco coletaram amostras genéticas do feto e da criança, após uma determinação da Justiça do Espírito Santo.

“Vamos traçar os perfis de DNA dessas duas amostras, enquanto o perfil de DNA do preso vai ser traçado no outro estado. O normal é ele negar, dizer que não foi ele, mas com isso, se apresentam provas materiais do crime de estupro e do que chamamos de paternidade criminosa”, disse a chefe da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos.

Transferência para Pernambuco

A criança chegou a ser internada no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em Vitória, mas a equipe médica do Programa de Atendimento as Vítimas de Violência Sexual (Pavivi) se recusou a realizar o procedimento no sábado (15). Com isso, ela viajou para Pernambuco.

Nesta segunda, em coletiva de imprensa, a superintendente do Hucam, Rita Checon, afirmou que a decisão da equipe do hospital foi “estritamente técnica”, porque o programa do hospital para este tipo de casos segue um protocolo do Ministério da Saúde de aborto até 22 semanas e 500 gramas. O feto, neste caso, tinha 22 semanas e 4 dias e 537 gramas.

Por isso, segundo a superintendente, o hospital não tinha capacidade técnica para fazer o procedimento necessário. E então, a Secretaria do Estado da Saúde procurou um hospital que atendesse um protocolo para esse tipo de caso.

“O abortamento é considerado [seguindo a Nota Técnica do Ministério da Saúde para abortamento humanizado, que é adotado pelo Pavivis] se a gravidez está no limite de 20 a 22 semanas e se o peso fetal é até 500 gramas. Essa criança estava acima desse ponto de corte que é dado pelo Ministério da Saúde. A criança não estava em risco iminente de vida ao chegar ao hospital, apesar de ter diabetes gestacional, a criança estava com saúde controlada”, disse a superintendente do Hucam.

Manifestantes ligados a religiões protestaram no domingo do lado de fora da unidade de saúde em Recife.

O ato, organizado por um grupo contrário ao aborto, teve início após uma publicação da extremista de direita Sara Giromini nas redes sociais, divulgando o nome da criança e o hospital em que ela estava internada. A divulgação dessas informações contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Os integrantes do protesto tentaram impedir que o diretor do hospital entrasse na unidade de saúde. Houve tumulto, com um grupo tentando invadir o local. A Polícia Militar foi acionada e fez isolamento da unidade de saúde.

Houve, também, um ato em apoio ao procedimento e defendendo o direito da criança com a presença de mulheres.

Fonte: G1

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