A cotação do ouro bateu um novo recorde na Ásia nesta última terça-feira (28), superando a marca alcançada ontem, antes de perder parte de seus ganhos.
O preço de uma onça de ouro atingiu US$ 1.981,27 na manhã desta terça nas Bolsas asiáticas, batendo seu recorde de segunda-feira (US$ 1.945,72). Este último superou o anterior, que era de 2011.
Às 6h (horário de Brasília), o preço caiu para US$ 1.927,97.
A cotação do metal amarelo se valorizou mais de 27% desde o início do ano. Os analistas preveem que, em breve, romperá a barreira de US$ 2.000.
Com a pandemia de coronavírus piorando em muitos países e com as crescentes tensões entre Estados Unidos e China, os investidores optam pelo ouro, o eterno porto seguro.
Além disso, como o valor do ouro é expresso em dólares, a recente queda na moeda americana – que se recuperou um pouco nesta terça-feira – tem sido um fator de alta em sua cotação.
Um dólar baixo torna o ouro mais barato para aqueles que usam outras moedas, o que aumenta sua demanda.
Valor de refúgio de milhares de anos
As primeiras minas de ouro descobertas datam de 3.000 anos antes de nossa era e foram exploradas pelos egípcios. E a distribuição relativamente equilibrada de ouro em nível planetário fez com que muitas civilizações antigas se interessassem por este metal.
A princípio, o ouro era especialmente apreciado por sua aparência estética, mas mais tarde, a partir de 700 anos antes de Cristo, tornou-se a base do sistema monetário, juntamente com a prata.
O metal amarelo, escasso, relativamente fácil de extrair, maleável – torna-se líquido a 1.064 graus Celsius – e é inoxidável, possui inúmeras qualidades, além de sua beleza, o que o torna muito prático e um metal precioso por excelência.
O ouro permaneceu predominante no sistema monetário internacional até 1971 e a decisão do presidente dos EUA, Richard Nixon, de suspender a conversibilidade do dólar em ouro, encerrando assim o sistema de Bretton Woods herdado da Segunda Guerra Mundial.
Hoje, porém, como a oferta de ouro é constante no tempo, comparada ao de outras matérias-primas, como o petróleo, o metal amarelo tem uma imagem de estabilidade. Entre 2018 e 2019, a produção praticamente não mudou, registrando um aumento de 1%, e apenas o aumento da reciclagem permitiu que a oferta aumentasse em 3%.
Embora o ouro seja altamente valorizado pelos investidores, tem detratores, como o bilionário Warren Buffett, que o critica por sua improdutividade. No passado, o economista John Maynard Keynes zombara do metal precioso como uma “relíquia bárbara”
Fonte: G1
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