O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai viajar para a COP27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), no Egito, amanhã (14). Na posição de chefe de Estado eleito e convidado especial do presidente do Egito, Abdel Fattah El Sisi, o petista deverá firmar um compromisso de mudança de postura no gerenciamento do meio ambiente em comparação com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que não deverá comparecer.
Entre as lideranças latino-americanas, Lula deverá pregar a união com todos os países que compõe a floresta junto ao Brasil: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru. Suriname e Venezuela.
O petista deverá abordar duas pautas principais:
Compromisso com desenvolvimento sustentável, apontando para novos investimentos estrangeiros porém sem aumentar desmatamento;
Soberania da Amazônia por parte dos países latino-americanos que compõe a área oficial da floresta.
O petista deverá abordar duas pautas principais: Compromisso com desenvolvimento sustentável, apontando para novos investimentos estrangeiros porém sem aumentar desmatamento; Soberania da Amazônia por parte dos países latino-americanos que compõe a área oficial da floresta.
Com contribuições feitas por ONGs, membros da sociedade civil e, em especial, projetos da Rede e do PV —que compuseram a aliança lulista—, o presidente eleito se comprometeu a promover o desenvolvimento sustentável no Brasil sem aumentar o desmatamento. Lula repetiu diversas vezes que “não é preciso aumentar o pasto no Brasil para seguir com o crescimento do agronegócio”.
A postura de desmatamento zero é um contraponto direto à gestão Bolsonaro. Só em outubro, segundo dados preliminares de satélite do governo coletados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram desmatados 903,86 km² na região amazônica, o maior nível para o mês desde que o rastreamento começou em 2015.
Lula também tem prometido aumentar o rigor contra madeireiros, garimpeiros, grileiros e agricultores que invadem terras preservadas ou desmatam ilegalmente. Um dos planos do novo governo é extinguir a câmara de conciliação ambiental, criada por Bolsonaro, responsável pela queda de mais de 46% nas multas aplicadas entre 2019 e 2020.
Desenvolvimento sustentável. Às lideranças estrangeiras, Lula deverá mostrar o projeto de adaptação do investimento na Amazônia e em outros ecossistemas importantes e ameaçados, como o cerrado, para projetos menos danosos ao clima.
Ao passo que promete aumentar o investimento na Zona Franca de Manaus, o presidente eleito tem defendido o estímulo a indústrias “mais adaptáveis à biodiversidade local”, como farmacêutica e de cosméticos, que, segundo ele, “usam o que a floresta oferece”.