Algumas pessoas possuem dificuldade em dirigir carros com transmissão manual. Elas podem se confundir com o tempo para troca de marchas, bem como pela posição das mesmas na alavanca, acionamento da embreagem no tempo certo, redução de marchas, posição do neutro ao parar ou mesmo se pode ou não deixar o carro engatado. Enfim, existem diversas dificuldades que algumas pessoas alegam para evitar a condução de um automóvel com esse tipo de câmbio.
Mas, da mesma forma que quem possui todas as funções motoras e não consegue dirigir um carro manual, existem aquelas que realmente possuem limitações e precisam dirigir. Pessoas com Deficiência ou PCD, realmente não poderão utilizar um câmbio manual de forma eficaz para conduzir um veículo com segurança. Para os dois casos, a única solução é um automóvel com transmissão automática ou automatizada.
Mas, há como tirar habilitação apenas para carros automáticos? Pela atual legislação de trânsito, não. O que acontece no caso de PCD é a obtenção de CNH Especial. O processo é parecido com o de uma CNH tradicional, a diferença é que o candidato passará por uma junta médica que vai analisar o grau da deficiência física do pretendente e seu desenvolvimento em termos de movimento.
O processo inclui passar por exame médico e psicológico em uma clínica licenciada pelo Detran, bem como posteriormente realizar a prova do Detran e iniciar o curso em um Centro de Formação de Condutores (autoescola), desde que este tenha veículos adaptados. Após isso, o condutor aprovado obtém a CNH Especial.
Mas, como já dito mais acima, a legislação atual não permite outra forma de obtenção da CNH para quem não quer ou não consegue dirigir um carro com transmissão manual. Assim, um projeto de lei em trâmite na Câmara Federal, pretende mudar essa regra e incluir uma CNH específica para condução de veículos dotados de câmbio automático.
O PL 7746/17 propõe a criação de uma carteira nacional de habilitação apenas para condução desse tipo de automóvel e prevê infração gravíssima com multa e retenção do veículo, caso o condutor com esse tipo de CNH seja flagrado dirigindo um carro manual. A proposta original é da deputada federal Mariana Carvalho (PSDB-RO), que consistia em criar uma habilitação diferenciada para condutores de motos automáticas. Assim, o PL criaria as subcategorias “A1, para motocicletas com transmissão de câmbio automática; e A2, para todos os modelos de motocicletas independentemente do câmbio de transmissão”.
A parlamentar defende a proposta como direito de livre escolha do cidadão. Porém, quando o PL 7746/17 chegou à Comissão de Viação e Transportes, o teor da proposta mudou. O deputado Hugo Leal (PSB-RJ), relator da comissão, apresentou um substitutivo após análise da proposta. Agora, ao invés de beneficiar apenas as motocicletas, o projeto passa a incluir também os automóveis.
Leal disse: Propomos estender essa possibilidade a todos os tipos de veículos. Afinal, além das motocicletas, motonetas e ciclomotores, a tecnologia do câmbio automático está presente também em automóveis, ônibus, micro-ônibus e caminhões”. O substitutivo do original, prevê mudanças nos exames de direção, a fim de beneficiar candidatos que preferem conduzir apenas carros automáticos.
Hoje, esse tipo de câmbio representa mais de 40% das vendas. De acordo com pesquisa da Jato Dynamics, no primeiro semestre, as vendas de carros automáticos representou 42,3% dos emplacamentos. Em 2010, por exemplo, eles não passaram de 14,5%. Isso num mercado de 3,3 milhões de unidades, enquanto o semestre anterior foram emplacados pouco menos de um milhão de unidades. E você, o que acha disso?
[Fonte: Agência Câmara]