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Cientistas encontraram a “chave” que faz com que o câncer se espalhe, dando uma esperança impressionante para novos tratamentos

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Uma molécula essencial, que permite que o câncer se espalhe, foi identificada por cientistas pela primeira vez, abrindo o caminho para novos tratamentos.

A doença, que se baseia no crescimento celular, e na maioria dos casos tornam-se tumores letais, pode se espalhar pelo corpo e atingir vários órgãos – a chamada metástase.

Pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia, EUA, revelaram ter encontrado uma única molécula que parece ser o “eixo central” da metástase do câncer de próstata. Eles esperam que a descoberta possa levar ao desenvolvimento de uma droga com capacidade de impedir que os tumores de próstata se espalhem. A equipe também espera abrir caminho para tratamentos que combatam outras formas da doença.

Encontrar uma maneira de parar ou prevenir a metástase do câncer provou-se indescritível. Descobrimos que uma molécula chamada DNA-PKcs poderia nos fornecer um meio de nocautear as principais vias que controlam a metástase, antes que ela comece”, disse Karen Knudsen, professora de urologia na universidade.

A metástase é considerada como o último estágio do câncer. O tumor sofre uma série de alterações – mutações – em seu DNA que tornam as células móveis, permitindo-lhes que entrem na corrente sanguínea. As células também se tornam “pegajosas”, ajudando-as a ancorar em novos locais, como os ossos, pulmões, fígado ou cérebro.

Os processos são complexos, envolvendo muitos caminhos biológicos diferentes. Porém, a nova pesquisa sugere que apenas uma molécula está na raiz deste comando. Essa molécula é uma quinase (ou cinase) de reparação do DNA, designada por DNA-PKcs. A quinase – um tipo de enzima – reencontra filamentos de DNA quebrados ou modificados em uma célula de câncer, agindo como uma cola para os muitos pedaços de DNA, mantendo assim viva uma célula que deveria normalmente se autodestruir.

Estudos anteriores mostraram que a DNA-PKcs foi relacionada à resistência ao tratamento do câncer da próstata, em parte porque iriam reparar o dano letal de tumores provocados pela terapia de radiação e outros tratamentos. É importante ressaltar que o trabalho de Knudsen mostrou que o DNA-PKcs tem outros papéis sobre o câncer. A equipe descobriu que a molécula também parece atuar como um regulador principal de uma rede que se transforma em todo o programa de processos metastáticos, modelando outra enzima, dando mobilidade às células, possibilitando a invasão.

Testes com ratos mostraram que foi possível bloquear o desenvolvimento de metástases de câncer de próstata por meio de agentes que inibem a produção ou a função de DNA-PKcs. Em casos de tumores agressivos, o inibidor reduziu a carga total de tumores em locais metastáticos.

Em uma parte final de suas investigações, 232 amostras de pacientes com câncer de próstata foram analisadas. Eles mediram a quantidade de DNA-PKcs contidas nas células e comparou esses níveis com os registros médicos dos pacientes. Eles descobriram que um aumento nos níveis de quinase foi um forte antecessor do desenvolvimento de metástases, com maus resultados em câncer de próstata.

Estes resultados sugerem fortemente que a DNA-PKcs é um regulador mestre das vias e sinais que levam ao desenvolvimento de metástases no câncer da próstata e que elevados níveis de DNA-PKcs poderiam prever que tumores em estágio inicial possam continuar a metástase”, relatou Knudsen.

Embora nem todas as moléculas sejam fáceis de serem transformadas em fármacos, pelo menos uma companhia farmacêutica já desenvolveu uma droga que inibe a DNA-PKcs, e está atualmente colocando-a em testes.

“Embora o caminho para a aprovação de medicamentos possa levar muitos anos, este novo julgamento irá fornecer alguns insights sobre o efeito de inibidores DNAP-PKcs como agentes antitumorais. Em paralelo, usando esta quinase como um marcador de doença grave pode também ajudar a identificar os pacientes cujos tumores irão evoluir para doença metastática agressiva. Assim, poderemos tratá-los com uma terapia mais agressiva antes”, concluiu.

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Fonte: Jornal Ciência

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