OIAPOQUE – As cidades de Oiapoque e Pracuúba, ambas no estado do Amapá, foram apontadas como algumas das 20 piores localidades para se viver no Brasil, segundo o Índice de Progresso Social (IPS) de 2024, elaborado pela organização Social Progress Imperative (SPI). O IPS, que mede o bem-estar da população por meio de indicadores sociais e ambientais, revela a dificuldade enfrentada por estas comunidades, especialmente em um contexto que abrange condições essenciais para a vida.
Oiapoque, localizada na divisa com a Guiana Francesa, ocupa a 12ª posição no ranking, com uma pontuação de 42,46. A cidade, que é a porta de entrada para o país vizinho, enfrenta desafios significativos em áreas como saúde, educação e segurança. A falta de infraestrutura adequada e serviços públicos eficazes afeta diretamente a qualidade de vida dos moradores, evidenciando um panorama preocupante.
Pracuúba, por sua vez, se destaca como a 18ª pior cidade, com um IPS de 43,50. Apesar de sua rica biodiversidade e potencial turístico, a realidade da população local é marcada por limitações que comprometem o desenvolvimento social e econômico.
O IPS considera 53 indicadores que abrangem saúde, educação, segurança e direitos civis, entre outros, fornecendo uma visão abrangente das condições de vida. No contexto do Amapá, as cidades de Oiapoque e Pracuúba se encontram em um ciclo vicioso de precariedade, que exige atenção e intervenções urgentes por parte do governo e da sociedade civil.
Além do impacto local, a situação de Oiapoque e Pracuúba reflete um fenômeno mais amplo: em 2024, o Brasil caiu para a 67ª posição no ranking global do IPS, um retrocesso alarmante em relação ao 46º lugar em 2014. Essa queda sinaliza a necessidade de uma revisão nas políticas públicas e na priorização de investimentos sociais que possam reverter essa tendência.
Com a proximidade à Guiana Francesa, Oiapoque possui uma localização estratégica que, se bem explorada, poderia impulsionar o desenvolvimento regional. Contudo, para que isso se concretize, é imprescindível que haja um compromisso coletivo para enfrentar os desafios sociais e construir um futuro mais promissor para seus habitantes.