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Brasileira conta como é a vida na vizinha Guiana Inglesa, um país de vanguarda econômica

Brasileira mora em Georgetown, distante 440 quilômetros de Paramaribo, capital do Suriname

Atualizado há

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Há 15 anos Maisa Silva se casou e foi morar em uma região desconhecida para muitos. De lá pra cá, essa amazonense virou referência no mundo dos negócios na Guiana Inglesa, um país com 750 mil habitantes, “muito diferente” e que faz fronteira com Brasil, Venezuela e Suriname.

Ela tem duas empresas. Uma dedicada ao setor de cosméticos e a outra, ao de negócios. Acostumada a prestar consultorias internacionais, Maisa tem que explicar onde mora. “De onde você vem? De Gana? Não, da Guiana. Geralmente eu falo que venho do Brasil. Mas se perguntam onde eu moro, digo que no Caribe, que todo mundo sabe onde fica. Mas se falar Guiana não é todo mundo que conhece. As pessoas nem sabem que existe”.

Maisa começou seu negócio assessorando brasileiros que queriam se estabelecer no país. Bastante comunicativa, se integrou na sociedade guianense a ponto de se mimetizar com os locais.  Além disso, contou com o apoio da sogra. Ela a orientava como lidar com a comunidade e os costumes locais, facilitando a adaptação a um país tão diverso e cujo idioma oficial é o inglês britânico.

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A população guianense é composta por cerca de 43% de indianos, quase 30% de afro-guianeses, 16% de guianenses mistos e 9% de indígenas. Além de estrangeiros de diversas partes do mundo. Fazem parte desse mosaico “três religiões muito fortes: os católicos, seguidos pelos hindus e muçulmanos”.

Maisa conta como é essa mistura no dia a dia. “Mesmo sendo muito racistas entre eles, com os negros e os indianos, nessa questão dos feriados de cada religião eles se respeitam bastante. Nessa parte eu tiro o chapéu”. Na capital Georgetown moram cerca de cinco mil brasileiros. Muitos são donos de hotéis, lojas de equipamentos para mineração e restaurantes. A maioria chegou há décadas para explorar o garimpo.

Os brasileiros para os guianenses 

“Os guianenses gostam de tudo que é do Brasil e que é feito no Brasil. Eles são fascinados. Existe a barreira do idioma, mas mesmo assim as brasileiras se casam com os guianenses e existe uma conexão muito grande”.

Em Lethem, cidade guianesa a poucos quilômetros da capital de Roraima, 80% do comércio é movido por brasileiros que atravessam a fronteira para fazer compras no país vizinho. Já nos garimpos, localizados no interior do país, os “brasileiros são vistos como a melhor mão-de-obra”, conta Maisa.

Na percepção da empresária, “os guianeses parecem não gostar do próprio país”. Na página referente à Guiana Inglesa do Portal Consular do Itamaraty, há a informação de que cerca de “45% da população vivem fora do país, principalmente no Canadá, Estados Unidos e países do Caribe”.

Em breve haverá um boom econômico na Guiana, mas o país ainda é pobre. “Temos uma infraestrutura precária, bueiros a céu aberto, a infraestrutura sanitária é horrível. Não temos hidrelétrica no país. Ainda estamos na era do gerador movido à gasolina”. O país recorre à queima de bagaço de cana para gerar energia ou a geradores, como explicou Maisa.

 

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