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Bolsonaro opta por visita ao Suriname e Guiana, e ignora posse de presidentes de esquerda no Chile e em Honduras

Presidente também deve visitar Colômbia e Peru ainda no primeiro bimestre.

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O presidente Jair Bolsonaro viajará para cinco países nos primeiros meses deste ano, quatro deles na América do Sul, mas não pretende ir às posses de dois presidentes de esquerda recém-eleitos em nações latino-americanas: Gabriel Boric, do Chile, em 11 em março, e Xiomara Castro, de Honduras, no próximo dia 27.

As viagens programadas se concentram no primeiro bimestre do último ano de mandato de Jair Bolsonaro. Em janeiro, além de Suriname e Guiana, destinos já divulgados pelo governo brasileiro, ele embarcará para a Colômbia, no fim deste mês, para participar de uma reunião de cúpula de presidentes do Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul), criado em 2019 por líderes conservadores da região e que acabou perdendo importância política nos dias atuais.

Em fevereiro, antes de viajar para a Rússia, Bolsonaro deve se encontrar com o presidente peruano, Pedro Castillo, provavelmente na fronteira entre os dois países. Castillo, também de esquerda, foi eleito no ano passado. Segundo uma fonte do governo brasileiro, a ideia é “repassar a agenda bilateral”, com temas como energia, infraestrutura e comércio.

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O chileno Boric foi eleito em dezembro, quando derrotou em segundo turno José Antonio Kast, de extrema direita. Apesar de Bolsonaro não ter declarado publicamente preferência na eleição chilena, um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), manifestou apoio a Kast. O governo brasileiro só parabenizou o presidente eleito quatro dias após sua vitória.

“Não vou entrar em detalhes, porque eu não sou de criar problemas com relações internacionais. O Brasil vai muito bem com o mundo tudo, tem que ver quem é que vai na posse do novo presidente do Chile. Eu não irei — disse ontem Bolsonaro, em entrevista ao canal Gazeta Brasil.

No caso de Honduras, Xiomara Castro é mulher do ex-presidente Manuel Zelaya, que era próximo do então presidente venezuelano Hugo Chávez e sempre foi criticado por Bolsonaro quando ainda era parlamentar.

Em 2009, após ser deposto em um golpe e enviado pelos militares ao exterior, Zelaya voltou ao país centro-americano e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde ficou por quatro meses com sua família. Para Bolsonaro, havia uso político da embaixada por Zelaya, com a conivência do governo Lula. O então chanceler, Celso Amorim, argumentava que o que estava em jogo era o destino da democracia naquela região.

Na área diplomática, o que se diz é que ainda não há uma definição a respeito de quem representará o governo na posse em Tegucigalpa. Uma fonte próxima ao presidente afirmou que a decisão de não enviar uma autoridade do Brasil já foi tomada. O mais provável é que o embaixador brasileiro em Honduras, Breno Costa, vá à cerimônia.

Já a reunião do Prosul será nos dias 26 e 27 deste mês, em Cartagena, e Bolsonaro deverá discursar. O bloco de oito países sul-americanos foi criado por iniciativa dos presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e da Colômbia, Iván Duque, para substituir a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), por sua vez fundada durante o governo Lula, e isolar o governo do venezuelano Nicolás Maduro.

A Argentina se distanciou do Prosul após a vitória de Alberto Fernández no fim de 2019, e pode ocorrer o mesmo com o Chile. Boric, convidado por Piñera, disse que não irá ao evento. Ele afirmou que seu governo apoiará a Aliança do Pacífico, que é um bloco de integração econômica, mas que o Prosul “é uma agenda própria desenvolvida pelo governo Piñera”.

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