PARAMARIBO – O ano de 2024 começou marcado por uma série de crises em diversos países sul-americanos, evidenciando desafios políticos, econômicos e de segurança. Entre os focos de instabilidade estão o Equador, a Venezuela, a Guiana e o Brasil, cada um enfrentando desafios únicos que moldam a paisagem regional.
Equador: Crise de Segurança e Colapso Institucional
No Equador, a crise desencadeada por motins em prisões desde agosto de 2023 ganhou intensidade após a fuga de José Adolfo Macías Villamar, líder de uma facção criminosa temida, resultando na declaração de estado de exceção. O governo equatoriano considerou 22 grupos como terroristas, estabelecendo um decreto de conflito armado interno. A situação destaca a vulnerabilidade do país diante do crime organizado, envolvendo, inclusive, ações de grupos criminosos do Brasil e da Europa.
Argentina: Desafios Econômicos e Protestos
A Argentina enfrenta uma profunda crise econômica, com projeções de inflação mensal de 28% em dezembro de 2023, a mais alta desde o início da década de 1990. O presidente Javier Milei propôs medidas polêmicas para conter a crise, desencadeando ondas de protesto e confrontos com a polícia.
Venezuela: Questionamentos Democráticos e Crise Internacional
A Venezuela, há anos sob questionamentos sobre a democracia, enfrentou uma crise internacional ao tentar anexar a região de Essequibo, gerando tensões na América do Sul. Um encontro mediado pelo Brasil entre Nicolás Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, aliviou a situação, mas a crise política, econômica e social persiste, resultando em um contínuo êxodo de venezuelanos.
Guiana: Disputa Territorial e Crescimento Econômico
Em dezembro de 2023, os venezuelanos rejeitaram, em referendo, a jurisdição da Corte Internacional de Justiça sobre a disputa territorial com a Guiana, apoiando a criação de um novo estado em Essequibo. A Guiana, impulsionada pelo boom do petróleo, enfrenta uma ascensão econômica, enquanto o Brasil desempenha papel crucial na mediação de questões territoriais entre a Venezuela e a Guiana.
Brasil: Crise Institucional e Papel como Mediador
O Brasil não está imune às crises, como evidenciado pelos ataques contra os poderes em janeiro de 2023, após as eleições. O presidente Lula busca desempenhar um papel de liderança regional, mediando conflitos entre Venezuela e Guiana e realizando operações conjuntas para combater o tráfico de armas.
Em meio a esses desafios, o Brasil apresenta propostas para o progresso da região, incluindo cooperação na indústria militar e segurança. No entanto, a situação política, econômica e de segurança na América do Sul exige esforços conjuntos para superar as adversidades e alcançar uma estabilidade duradoura na região.