Informação sobre as visitas irregulares foi confirmada pela Seap. Defesa alega que ex-primeira-dama não precisa usar subterfúgios para visitar o marido.
A ex-primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, visitou duas vezes o marido, o ex-governador Sérgio Cabral, que está no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), usando a prerrogativa de ser advogada. Ela não consta como responsável pela defesa dele em nenhum processo e não poderia vê-lo nessas condições.
A informação sobre as visitas irregulares foi divulgada pelo colunista Ancelmo Gois e confirmada ao G1 pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) nesta segunda-feira (20).
A visita como advogada a permite ser dispensada da revista que faz parte do protocolo destinado aos familiares. Ela também não precisava respeitar os horários destinados aos parentes de presos.
De acordo com a Seap, uma vez constatada a irregularidade por Ancelmo não estar legalmente habilitada nos processos que envolvem Sérgio Cabral, um ofício foi enviado ao juiz da Vara de Execuções Penais, que proibiu a possibilidade de novas visitas nessas circunstâncias.
A Seap destacou ainda que o credenciamento das visitas nos horários determinados para os familiares dos detentos segue normalmente.
A situação do registro de Adriana Ancelmo na OAB é considerada regular, de acordo com consulta realizada na manhã desta segunda. Porém, um processo tramita no Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ, que pode fazer com que ela tenha o registro suspenso.
A defesa de Adriana Ancelmo afirmou que a ex-primeira-dama não precisa usar subterfúgios para visitar Sérgio Cabral, pois ela já possui esse direito como esposa. Ainda segundo a defesa de Adriana, mesmo os advogados passam por procedimentos de segurança no ingresso em unidades prisionais. “A informação, destarte, não possui lógica e está eivada de equívocos”, destacaram os advogados de Ancelmo.
Foto: G1