“Na bacia do Maroni, a chave desse tráfico é a cooperação transfronteiriça: 95% do pessoal envolvido no garimpo ilegal é do Brasil e 80% da logística vêm das margens surinamesas do rio Maroni”, detalha a WWF. “Portanto, acabar com o garimpo ilegal de ouro requer, necessariamente, uma resposta do Estado no Suriname, no Brasil e na França”, acrescenta a ONG.
Em sua última visita ao território, em 2017, Emmanuel Macron havia prometido “condicionar a ajuda e relações diplomáticas” com o Brasil e o Suriname à “cooperação policial e judicial contra o garimpo ilegal de ouro”.
“É claro que os compromissos assumidos ainda não permitiram reverter a tendência”, citou o juiz Laurent Kelle, diretor do escritório da WWF na Guiana Francesa, no comunicado. A ONG não enviou formalmente uma carta ao Palácio do Eliseu, sede da presidência francês, segundo uma porta-voz do grupo.
Em 2022, as autoridades francesas realizaram mais de 1.000 patrulhas na floresta contra o garimpo ilegal de ouro, apreendendo 59 quilos de mercúrio e 5 quilos do metal precioso.
No Brasil, o presidente Lula relançou a repressão ao garimpo ilegal de ouro na Amazônia, após assumir o cargo Jair Bolsonaro, que era abertamente hostil à proteção do meio ambiente,